"Só sei que nada sei"
- Sócrates como citado por Platão.
Longe de mim ser uma pessoa radical, dona da verdade. Confesso que já fui mais e posso até ser em momentos de conflito acalorado. Em geral busco o contrário: deixar as pessoas serem, julgar menos, evitar o conselho gratuito e não solicitado. Entretanto tem sempre aquele momento em que você se vê diante de alguém que desabafa e que em troca espera um conselho. E é quando a gente se vê na obrigação de dizer algo.
Fico pensando que a pior das características que uma pessoa pode ter quando pede um conselho é o orgulho exagerado. O orgulho que gera a arrogância e a incapacidade de aceitar a opinião alheia. A vontade de discutir, de entrar em atrito. Aquilo que a pessoa possui de mais forte e que deve ser trabalhado é justamente o que a cega e a impede de ver um caminho para a sua reforma íntima.
Duro é se ver no papel de dizer a esta que ela deveria ser menos orgulhosa, menos arrogante. Mais duro ainda quanto maior for o grau de amizade. Acaba virando aquela "saia justa". A gente percebe que a pessoa quer ser ajudada, queremos dizer a verdade mas não conseguimos porque pode virar briga, pode gerar mágoa afastando-nos do objetivo que é ajudar.
Bom, duro para mim que sou covarde nessas horas mas talvez não tão duro para todos. A gente tenta falar de um jeito sutil, a idéia não "entra", tenta falar de outro, inicia-se a discussão. Então chega a hora que a gente tira o time de campo e simplesmente assiste a pessoa se enfiando no lodo sem conseguir tirá-la de lá.
Se a pessoa não entende a mensagem é porque: não se permitiu entender tamanho orgulho ou não está preparada para entender ou até entendeu mas não quer aceitar. Nessas horas, a gente deixa por conta do tal do livre arbítrio. Querer ajudar não significa se sentir dono do problema e sofrer junto. Sofrer não ajuda ninguém.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Scrapbook - Just a Girl

Variação sobre um mesmo tema. Fase Pink. Ainda bem que eu não sobrevivo de fotografia. O LO tá bonitinho mas a foto ficou péssima.
Aprendi que não devo mais fazer páginas sem prever a foto dentro. No outro LO quando tentei encaixar uma foto o resultado não ficou tão bom quanto eu imaginava.
Essa coroinha é um chipboard de mini-álbum da "Goodies". Adorei...
Scrapbooking Princess
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
O post estúpido

Certa vez me peguei pensando: "o que foi feito de Molly Ringwald?". Procurei na internet e havia mais de um post do mesmo tipo. Pensei nisso, acho que foi quando assisiti à primeira temporada de "One Tree Hill", onde a mãe do protagonista é uma ex-estrela teen da minha época.
Fã confessa de sitcoms, me peguei assistindo recentemente a "Two and a half men". Fascinada pelo personagem de Alan mas um tanto intrigada pelos "trejeitos" dele durante uma entrevista, me peguei pensando sobre a "orientação" dele. E foi pesquisando sobre ele que descobri então, ou melhor dizendo, relembrei que o ator "Jon Cryer", trata-se nada mais, nada menos do que um dos principais de "Pretty in Pink".
Dessa vez não me perguntei mais sobre o que foi feito de "Molly Ringwald". Mas certamente bateu uma nostalgia e uma vontade de assistir novamente este clássico: para quem foi adolescente nos anos 80.
Quando?
Não precisa ser nenhum grande filósofo para de vez em quando se pegar pensando em coisas como: de onde viemos, para que existimos.
É uma infinidade de questões sem resposta.
Dependendo do momento, somos mais ou menos sensibilizados por uma questão em particular. Fico vendo crianças amuadas pela provocação de outras. Pessoas que gastam tempo chateadas com a opinião alheia, pelo supor de que outros pensam algo errôneo a respeito delas. Então me pergunto:
"Quando é que vamos entender que somos, independentemente do que os outros acham que somos?"
Beats me...
Beats me: surpreende-me que a maioria de nós precise aprender a ser feliz. Ser feliz deveria ser algo intrínseco mas inexplicavelmente é algo que precisa ser conquistado.
Talvez aí resida o mistério da vida.
É uma infinidade de questões sem resposta.
Dependendo do momento, somos mais ou menos sensibilizados por uma questão em particular. Fico vendo crianças amuadas pela provocação de outras. Pessoas que gastam tempo chateadas com a opinião alheia, pelo supor de que outros pensam algo errôneo a respeito delas. Então me pergunto:
"Quando é que vamos entender que somos, independentemente do que os outros acham que somos?"
Beats me...
Beats me: surpreende-me que a maioria de nós precise aprender a ser feliz. Ser feliz deveria ser algo intrínseco mas inexplicavelmente é algo que precisa ser conquistado.
Talvez aí resida o mistério da vida.
Grandes feitos, pequenas mudanças
Estava pensando no outro dia na quantidade de coisas que a gente deixa de fazer simplesmente porque a gente pensa que na vida tudo precisa ser grande. Grandes decisões, grandes mudanças, gestos grandiosos, imediatismo. E com isso o tempo vai passando, a lista vai aumentando e a sensação de culpa também.
Não que às vezes não seja necessário um empenho maior, um "sprint" para alcançar o que a gente deseja. Isso também é importante. Mas junto com o objetivo e as responsabilidades maiores, tem sempre algo pequenininho que a gente pode fazer um pouquinho, todo dia e que no fim pode melhorar a nossa vida.
Se a bagunça da casa reflete na desorganização interna, então é necessário tirar um dia ou um final de semana inteiro para organizar tudo? Porque não arrumar uma gaveta por dia, analisar uma pilha de papéis por vez, mas todo ou quase todo dia? Parece que não mas ações pequenas como essa nos dão sensações diárias de vitória e nos impulsionam para querer realizar mais no dia seguinte.
A atividade em si não precisa ser uma obrigação. Pode ser aquele sonho pessoal que vivemos adiando. Livros que deixamos de ler por não nos acharmos com tempo. Melhor ler uma página por dia do que não ler nada. Melhor escrever um post no blog do que um livro inteiro. Desde que o sonho se mantenha vivo.
Regularidade, continuidade... Persistência. É isso que aprendemos com o trabalho de formiguinha. Acho que é disso que a filosofia oriental nos fala muitas vezes e que a gente acaba esquecendo no turbilhão do dia-a-dia.
Think big! E small também. Every once in a while.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
O olhar

Vou arriscar dizer que não existe artista de um talento só. O que torna o artista de verdade, conhecido ou desconhecido, não é a habilidade, a virtuosidade. O que torna o artista de verdade é o olhar e a vontade de expressar, de transbordar para o mundo o que vai lá dentro. Se a crítica é boa ou não, não importa. O crítico nada mais é do que alguém que decidiu classificar as produções alheias e que foi imponente o suficiente para fazer-se prevalecer. Sentir, visualizar, viajar, expressar, aí reside a verdadeira arte. Seja qual for o meio ou combinação, idade, sexo, origem, etnia, o que importa é a sensibilidade. A emoção provocada numa cena, por uma pincelada mais forte, num feixe de luz, composição de sons e ritmos, escritos poéticos, confissões, sabores. O perceber que somos também um pouco artistas quando aprisionamos aquela beleza, nem que por um segundo somente. O embevecimento, o enlevamento da alma, o sublime, o vencer do abstrato e das sensações.
Sofremos porque somos sensíveis. Mas somos artistas. E vemos. E sentimos. E vamos de um extremo ao outro. Do inferno ao céu.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
What a sunny day
Fiquei olhando pela janela e vendo o sol lá fora... Para variar minha mente voou. Pensei que a gente se cobra regularidade. Comportamentos e emoções estáveis, sentimentos de preferência positivos e nos lugares certos. Esse parece ser o estado ideal, "correto". Sim, acho que deve ser mesmo. Mas olhando para o sol lá fora, lembrei de repente sobre um comentário que ouvi ontem: "é, o tempo melhorou, tá gostoso o calor lá fora, mas quinta-feira vai esfriar de novo". Foi então que me dei conta de que a natureza não é regular. Os dias não são lineares. Esquenta e esfria, venta, o ar pára, tudo sem um padrão bem definido. Tentamos equacionar a natureza, a criação, a origem das coisas e esbarramos nos padrões irregulares. E na incapacidade de normalizar, aplaudimos a Teoria do Caos, quase como se se admitisse o fracasso da busca. Isso é que é genialidade, formular uma teoria para demonstrar que não o padrão não existe e ainda ser aplaudido de pé.
Pois é, da próxima vez que nos cobrarmos a felicidade ou a eficiência permanente, lembremo-nos de que somos parte da natureza. E como parte dela, suscetíveis a ruídos e a interferências que mudam o resultado do cálculo no meio do caminho. Não que isso não seja bom. Se não houvesse chuva, não brotariam maravilhas a cada dia.
Pois é, da próxima vez que nos cobrarmos a felicidade ou a eficiência permanente, lembremo-nos de que somos parte da natureza. E como parte dela, suscetíveis a ruídos e a interferências que mudam o resultado do cálculo no meio do caminho. Não que isso não seja bom. Se não houvesse chuva, não brotariam maravilhas a cada dia.
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