quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Taking it slow


Um dia a gente se dá conta de que o tempo não basta mais. Que por mais que a gente se esforce e tente encaixar tarefas, a gente está sempre devendo. O que aconteceu com o tempo de quando a gente era criança? O tempo que sobrava. Horas que não passavam quando a gente ansiava por alguma coisa. Meses e meses de férias que se estendiam como um ano inteiro quando os amigos viajavam e não sobrava ninguém para brincar. Chegamos então a uma conclusão: não foi o tempo que mudou, foi o estilo de vida.

Tempo, tempo, tempo. Velocidade. Fazer tudo rápido. Isso cansa. Parar, pisar no freio. Avaliar o que realmente tem importância. Deve ser essa a solução para o problema.

Falta de tempo, stress, correria. E-mails que chegam, livros e filmes que são lançados e que não conseguimos ler ou assistir. Trabalho, atividades domésticas. Compromissos sociais, afetivos. Mudaram as prioridades? A gente trabalha para viver ou vive para trabalhar? Já nem sabemos mais. Não dá para continuar assim. É preciso curtir a vida, os momentos.

Entre uma tarefa e outra, cuidar de si. Para si próprio ou para os outros? Leitura de salão de beleza. "Puxa, que coincidência!" Se é que as coincidências existem de verdade. Matéria da Época de Janeiro deste ano: não é que a velocidade se tornou um mal mundial e atual? Com o perdão da rima boba.

Reduzir, desacelerar, qualidade de vida, "Less is more", já dizia Van der Rohe?

Que bom se a gente pudesse mudar assim. Viver numa velocidade saudável. Deixar de achar que as coisas e as pessoas precisam funcionar na velocidade de um clique.

Que bom se as pessoas pudessem ter a mesma velocidade. Se fosse possível sincronizar ritmos de gostos, objetivos, fases de vida. Se pais pudessem observar seus filhos com a velocidade que requer uma criança. Sem pensar no horário da próxima reunião. Sem tanta culpa. Não é que as pessoas também tem velocidades diferentes entre elas? A gente se encontra numa pausa qualquer, se nossas velocidades permitirem. "Beijo, me liga."

Desacelerar, parece inevitável. O planeta pede. A vida pede. Pisar no freio ou "crash" total.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A arte de desconstruir


Certa vez, ignorante a respeito da história de Picasso, eu visitei uma mostra que explicava a trajetória do pintor, desde a escola clássica até a criação do estilo que finalmente o consagrou como artista. Os trabalhos exibidos, que demonstravam esta evolução, eram na sua maioria retratos e o interessante era que o retrato original e a pintura que derivava dele eram colocados lado a lado de forma que podia-se perceber que olhos e narizes assimétricos tinham na verdade uma "lógica".

Se fosse pedido a Picasso que ele executasse uma obra correta e virtuosa do ponto de vista clássico, ele sabia fazê-la com precisão e competência. Por outro lado, o que lhe aprazia era mostrar as coisas não como as vemos, mas de acordo com uma interpretação própria, que apesar de incômoda para muitos, denota a sua habilidade e uma beleza singular.

Fiquei pensando sobre isso. Existem gênios em fazer a coisa certinha e gênios em fazer a coisa nem um pouco certinha. Fiquei aqui, admirando a capacidade de um gênio em potencializar sua habilidade, fazendo o certinho de forma excelente e o nem um pouco certinho de forma mais surpreendente e admirável ainda. Fiquei pasma diante da constatação que me atingiu de pronto, em perceber a força de se saber a regra, o método, a organização, para então jogar tudo para o alto e criar de novo, mostrando que é possível sim, haver ordem e beleza no caos.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Presente de Menina

Fiz mais um presente um dia desses. Fiquei sabendo que o quarto da menina era amarelo então ficou mais fácil:


Eu fiquei viciada em cortar letrinhas na Cuttlebug em papel branco e cobrir com tinta relevo incolor com glitter. Na verdade, é chatinho de fazer mas o resultado fica tão bonito que eu acabei usando em vários dos meus trabalhos:


Estou com preguiça de colocar os créditos. Quem sabe outro dia...