quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Resoluções

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

E tudo era branco...


Dada a proximidade do Réveillon e estando eu avessa ultimamente a aglomerações, restou-me ir à locadora e pegar um pacote de fim de semana (e eu ainda com essa história de não saber as regras da nova ortografia, onde vai hífen e onde não vai). Entre os filmes, o "Sex in the city 2".

Antes de mais nada, devo observar que a frase anterior, não sei explicar, me arremeteu em qualquer parte da mente à coluna do "Apicius", do saudoso JB. Linkei a definição de um blog achado no Google, não por ser seguidora (embora talvez até mereça seguir, devido à coincidência de afinidades) mas por pressa de não deixar escapar o momento. A lembrança não veio de imediato. Fiquei pensando: "quem era mesmo que eu lia assim?".

Comecei a assistir o filme e minutos após, tocada pelas belíssimas cenas do casamento gay que se inicia, tive um daqueles "insights". Segundo os participantes até o momento, um casamento não poderia ser mais gay. Ironia ou não, vejo as cenas que se desenrolam, de um branco estonteante e músicas que evocam as lembranças de várias tardes passadas na companhia da "Sessão da Tarde" e seus musicais e me emociono.

Fiquei deslumbrada pelas músicas, pela beleza das cenas e resolvi dar um pause no filme para registrar A sensação. Talvez eu não consiga descrever com exatidão, o que foi exatamente que eu senti. Muitas vezes me faltam os adjetivos e os substantivos. Mas foi um misto de saudosismo com encantamento. Vejam o que as cenas provocaram em mim: tive que procurar no dicionário a tradução para "émerveillement" pois esta foi a palavra que me ocorreu e para a qual não conseguia um sinônimo em minha própria língua. Isso é indicativo da mágica que me envolveu pois me parece que as mesmas coisas que dizemos no português, se ditas no francês, não sei porque, soam mais bonitas.

Eu não sei se esse estado em que eu fiquei é indicativo de idade, se alguém mais jovem poderia se emocionar como eu me emocionei. Nem entendo como podem os gays, pelo menos os hollywoodianos, ter essa capacidade de potencializar as fantasias femininas infantis, regadas a belos vestidos, divinas músicas e castelos encantados. E de princesas. Também não sei dizer se o filme vai prosseguir tão bom assim. Só sei dizer que foi assim que eu senti e foi assim que eu quis dizer.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Natal chegou!


Quando eu era criança eu fazia questão de produzir a maior lista que conseguisse imaginar de amigos e parentes para enviar cartões de Natal. Creio que data daquela época a minha mania de escrever, pois não importava o tamanho da lista, eu sempre escrevia algo personalizado, nem que fosse apenas uma linha mas que não podia repetir para ninguém.

Na adolescência eu tinha pen friend, tinha prima que morava distante e tinha amiga que ia passar férias fora. Inventava o que fosse por uma oportunidade para escrever. E junto aquela ansiedade gostosa de imaginar se a carta ia chegar logo, se não ia extraviar e se a amiga ia gostar.

A internet tomou conta da vida da gente, rarearam as cartas e até os cartões de Natal. Para que mandar carta se tem e-mail? Alguns poucos românticos se mantiveram fiéis ao hábito. Outros, como eu, se afogaram na correria e o deixaram para o final da lista.

Certas sensações não mudam, são apenas esquecidas. Como a alegria que a gente sente, por mais que saiba que uma carta vai chegar, no momento em que ela efetivamente chega. Com um selo diferente, uma letra marcante, a mensagem amiga, aquele tantinho de papel que deu a volta ao mundo e veio parar na porta da casa da gente.

Obrigada Beth Blue pelo carinho e por me fazer relembrar.

Feliz Natal a todos!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Porque era Clarice...



Eu não sou muito de me emocionar mais com arquivos .pps porque são na maioria das vezes uma caixa de pandora: ou mensagens piegas demais ou imagens de gosto duvidoso. Ou tudo junto num arquivo só. E piora quando vem com uma mensagem de corrente. Mas vez por outra aparece algo que nos surpreende. Recebi um e o abri simplesmente porque se entitulava "Clarice Lispector".

Poderia observar o meu amigo André não serem todas as citações verdadeiras. Entretanto muitas são e nos encantam com aquela complexidade às vezes disfarçada de simples, outras carregadas de doce ou profunda melancolia, melancolia esta que nem sempre é benéfica mas que sempre se transfoma em algo de beleza estarrecedora.

O mais interessante ainda é que pude conhecer através deste arquivo algo que se chama Umbrella Art. Eu não sei definir exatamente se é um movimento estruturado como uma mostra programada ou se é uma ideia implementada por vários artistas em diversas partes do mundo. Procurei um pouco mas não me aprofundei na definição. Só digo que vale a pena conferir o site Crooked Brains, onde eles publicaram uma compilação de diversas instalações, como assim o chamam. A gente fica meio que voando na beleza das imagens, como se tivessem tirado Magritte das telas e transformado em realidade.

Como o momento é de final de ano, época em que vem um clamor por revisões do que passou e resoluções para o ano que se aproxima, fica para reflexão uma das citações que eu li e que de certa forma
combina com algumas coisas que andei dizendo recentemente:

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro". - Clarice Lispector.