terça-feira, 30 de junho de 2009

Paris je t'aime


Estava na minha lista de pendências e consegui assistir ontem. Como toda reunião de curtas, tem sempre as excelentes, as mais ou menos, e as péssimas, dependendo do gosto do freguês.

Cada estorinha é atribuída a um "bairro". Eu particularmente me emocionei muito em "Bastille" (Isabel Coixet), "Faubourg Saint-Denis" (Tom Tykwer), "Place de Victoires" (Nobuhiro Suwa) e "14e arrondissement (Alexander Payne)". Gostei também de "Montmartre" (Bruno Podalydès), "Quais de Seine" (Paul Mayeda Berges and Gurinder Chadha) e "Loin du 16e" (Walter Salles e Daniella Thomas). Odiei outros dois que não valem a pena ser mencionados. E o restante, apenas assisti.

Contar do que se trata cada estória é tirar um pouco da graça porque quase sempre, os diretores trabalham neste tipo de produção com o impacto do desfecho final. Há sempre algo a surpreender ou para se refletir sobre.

O que posso dizer para quem nunca leu sobre Paris, é que conhecer a sua origem, do trabalho que foi feito ainda na época de Napoleão pelo Barão de Haussmann e a sua divisão em unidades administrativas chamadas de "arrondissements", tornam a experiência de conhecer a cidade ainda mais interessante. Outra questão abordada freqüentemente no filme, ainda que de forma sutil, é a tensão racial vivida na capital devido ao convívio de imigrantes com culturas muito diferenciadas umas das outras.

Fica aí a dica: Paris, je t'aime.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

It's Not How Good You Are, It's How Good You Want To Be

Tava fuçando um dia desses um balcão de descontos da FNAC e me deparei com esse livro. Digamos assim que para livros, o marketing funciona comigo. Achei a capa simpática, o título de impacto e resolvi dar uma olhada. Isso tudo, aliado ao fato de que ultimamente não ando com muito estímulo para ler nada denso e o livro parecia ser bem simples de ler, mais o desconto... acabei comprando.

O nome do autor me pareceu familiar (Paul Arden) mas eu não fazia a menor idéia de que o livro tinha um certo direcionamento para profissionais de Marketing.

O fato é que certos conselhos ou divagações a respeito da vida são válidos em qualquer área profissional ou mesmo da vida. Mesmo sendo o livro voltado a uma área diferente da minha, não ficou invalidada a leitura, pois trata-se de um apanhado, em sua grande maioria de dizeres ou até mesmo citações de coisas que parecem óbvias num primeiro momento mas que acabam difíceis de praticar.

Às vezes, a impossibilidade de mudar uma forma de agir ou seguir um caminho mais direto ao sucesso, é conseqüência da falta de visão, da constatação real de como reagimos em determinadas situações. A gente pensa que está agindo de determinada maneira mas falha em perceber que está sendo teimoso demais ou que tem uma visão parcial da situação. E é por isso que muitas vezes recaímos nos mesmos erros ou padrões de comportamento. Acabamos culpando fatores externos por algo que no fim está no nosso controle. A partir do momento que conseguimos enxergar a forma como podemos nos modificar para obter resultados diferentes, quando percebemos o que pode ser ajustado na nossa forma de ser, já que o que é externo a nós não nos cabe modificar, é que entendemos máximas como a que extraí do livro e que transcrevo abaixo:

"Insanity is doing the same thing over and over again and expecting different results".

Imagino que Albert Einstein não estivesse, proferindo esta frase, se referindo somente a experimentos.

Beat it!

Eu tenho das minhas esquisitices. Dentre elas, está a aversão a assuntos repetitivos. Sejam diálogos repetitivos ou mensagens publicadas na mídia, tenho pavor a isso. Então, se a Amy Winehouse quer se matar de drogas e os jornais não param de publicar detalhes a respeito, posso dizer que a partir da terceira notícia, já não leio mais nada.

Morre um ícone e não tem como fugir. A gente já sabe que vamos ser inundados por retrospectivas, elocubrações acerca da morte, detalhes sórdidos ou belos sobre a vida da pessoa. Alguns causam mais interesse na gente, outros menos, o fato é que a gente acaba não escapando de se emocionar, nem que seja pelo menos um pouquinho.

Dos astros ou celebridades que morreram, posso dizer que me emocionei com a partida de Elvis Presley, John Lennon e Lady Di. Tudo tem a ver com o momento da vida ou das lembranças que os astros nos trazem. Elvis Presley me lembrava sessão da tarde, momentos descontraídos ao pé da televisão. "Love me tender" cantado de uma forma intuitiva, não muito fiel ao inglês da letra.

John Lennon tinha toda a ligação com os Beatles, do movimento hippie, do Peace not War, Paz e Amor, sei lá. Ou talvez tenha sido mesmo influência, de ouvir "Imagine" sendo tocado exaustivamente, da imprensa traduzindo a letra e mostrando cenas de John e Yoko na cama fazendo greve de fome.

Lady Di personificou o sonho de menina. A súdita que encontra o príncipe e faz um casamento de conto-de-fadas com um belíssimo vestido branco, adentrando a pomposa St. Paul Cathedral debaixo de todo o rigor e tradição da monarquia britânica. Princesa que então se dedica, a despeito dos caríssimos vestidos, às causas humanitárias, com direito a emoção e lágrimas.

Eu nem queria alimentar muito essa discussão de morte de Michael Jackson. Mas parei para pensar um pouco e não pude deixar de refletir que os grandes ícones acabam marcando época na vida da gente e trazendo um pouco mais de sonho à realidade repetitiva do nosso cotidiano. A gente sonha um pouco quando pára para ouvir determinada música ou ler sobre algo de grandioso que eles construíram. E a gente se sente mais motivado a seguir em frente e a buscar nossos feitos também.

Eu nem li muito sobre a morte dele. Achei imprecisa a causa, vi algo sobre um helicóptero transportando o corpo. Se há algo a ser registrado por mim nesse momento é a lembrança. De uma adolescente que estudava no seu quarto fechado, ouvindo repetidamente de uma fita K-7 gravada da rádio Cidade, do Rio de Janeiro, uma gravação de qualidade muito pobre do hit "Beat it". Da emoção que causava a entrada da guitarra de Van Halen. Da música que acabava, a fita rebobinada, para de novo ouvir toda a canção ou apenas o riff (ops, aprendi essa palavra recentemente e precisava usar).

E assim segue a vida. Um ícone que vai, outro que chega, fases que iniciam ou terminam. Histórias entremeadas pela presença ou ausência de outros, caminhos que se cruzam influenciando ou não o nosso curso.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Fonte de Inspiração



A inspiração pode vir de qualquer lugar. De uma paisagem, de uma música, de sentimentos bons ou ruins, de pessoas que evocam o que há de melhor. Há ocasiões em que pequenos fatos ou detalhes notados derivam em imensas obras ou escritos. E há outras em que a imensurabilidade do que se observa ou se sente provoca simplesmente a falta de palavras, superando a própria criação.


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Namoro de metrô

Queria escrever esse post antes do dia dos namorados mas não deu tempo.

Uma coisa que observo toda vez que pego o metrô é como as pessoas são apaixonadas nas estações de metrô. Sim, eu sou uma pessoa romântica. E demonstrações públicas de romance, em plena luz do dia me comovem.

Não é raro entrar numa estação de metrô, seja no início do dia ou no final do dia e ver casais de namorados que se beijam.

Eles se beijam ao chegar na estação, quando o trabalho os separa. Se beijam no final do dia quando cada um segue para a sua estação final. Beijam-se de corpo inteiro, apoiados nas pilastras, nas muretas da estação, atrás dos outdoors. Abraçam-se entregues ao momento, entre cafunés e confidências, olhos nos olhos, mãos que se apóiam de cada lado, sustentando um rosto com delicadeza.

Eu não sei porque é assim, o que inspira esses momentos exatamente no metrô. Só sei que é bonito de se ver.

Feliz dia dos namorados - 3 dias depois.

Sobre a expectativa no relacionamento

simbiose
sim.bi.o.sesf (gr symbíosis) 1 Biol Vida em comum ou reunião de dois ou mais organismos dessemelhantes, como no helotismo, parasitismo, mutualismo e comensalismo. 2 Biol Vida em comum de dois animais ou vegetais de espécies diferentes em qualquer uma de várias relações mutuamente vantajosas ou necessárias; mutualismo. 3 Cooperação mútua entre pessoas ou grupos em uma sociedade. S. industrial, Sociol: agrupamento de fabricantes independentes da mesma região que utilizam produtos, uns dos outros, a fim de baratear o custo de fabricação.

Fico pensando que parece óbvio que a melhor forma de um relacionamento funcionar é assim. Um sonho, uma simbiose. Quando as engrenagens se encaixam de tal forma que o que falta em um é suprido pelo outro. Quando as pessoas se gostam, querem estar juntas e funcionar juntas. Talvez seja a minha forma de enxergar, a minha expectativa. O óbvio nem sempre é óbvio e a minha verdade não é a verdade de todos. Não sei se todo mundo pensa como eu. Só sei que não me parece possível ser feliz quando apenas uma das partes doa, ou quando uma das partes fica apenas aguardando o momento de receber. Quando não existe conversa, diálogo. É necessário troca: dar e receber em mão dupla.

Acho que é possível ser feliz assim.

domingo, 7 de junho de 2009

Now that the love is gone


Mãe e filha de 5 anos ao som (alto) de David Guetta no carro, paradas no "farol" (por sinal, que espetáculo de álbum).

- What are we supposed to do, after all that we've been through when everything that felt so right is wrong, now that the love is gooooooneeee.....

- Mãe, se tudo mundo que passar vê você cantando eu vou ficar com vergonha.


quinta-feira, 4 de junho de 2009

Que frio é esse?

Hoje cheguei pela manhã no trabalho e o termômetro do carro marcava temperatura externa de 7o C.

São Paulo tem essa relação dúbia com o frio. Durante o verão o calor é insuportável e a pouca oferta de atividades externas atraentes faz com que quase todo mundo queira fugir para a praia ou para o interior. Inconscientemente parece que todo mundo fica meio que torcendo para o frio chegar. E dá a impressão de que a cidade combina mais com o frio mesmo. Só que quando o frio chega, o que começa devagarzinho já no final de março, começam junto as lamentações: "ai que frio, hoje está demais!".

Cheguei no escritório e fiquei sabendo que esta foi a noite mais fria do ano até o momento. Na verdade o inverno ainda não chegou. Mas o termômetro marcou 2o C durante a noite.

Escrever sobre o frio pode parecer pouco inspirador mas o que o frio evoca em mim não é pouca coisa.

Apesar de ser carioca, sempre adorei frio. Passei grande parte da minha adolescência freqüentando Petrópolis nos finais de semana. Há um ar de romantismo no frio. Observar o nevoeiro descendo e entrando pelas janelas da casa, o geladinho que faz com que a gente queira ficar mais enroladinho, colocar roupas mais quentes e mais elegantes. As comidas e as bebidas do frio. Ler romances europeus e se imaginar em países longínquos e com hábitos menos expansivos do que os nossos mas nem por isso menos interessantes.

Roupa de lã, a avó que tricota um suéter, chocolate quente, viagem para NY, neve, cachecóis coloridos, fondue, cobertor quentinho, cheirinho de churrasco de festa junina, tudo isso o frio me lembra de bom. Dormir no frio, andar no frio, sensações simples e boas, desde que se tenha um bom casaco e uma meia quentinha.

Então não se impressione. Da próxima vez em que me ouvir reclamando do frio, não me leve tão a sério. São palavras vazias. É o hábito que a gente acaba cultivando sem querer de reclamar um pouquinho das coisas. Eu amo o frio e celebro com alegria a chegada dele e de dias e noites tão gostosos.