terça-feira, 12 de julho de 2011

Cisne Negro - Decepção



Terminei de assistir ontem o "Cisne Negro". Digo terminei de assistir porque há uns 2 meses atrás eu comecei a assistir, depois fui atraída por outras prioridades (leitura) e só ontem é que pude retomar e terminar. Confesso que fiquei decepcionada. Não quero parecer pedante e nem superior a toda uma categoria de entendidos no assunto mas tenho direito de expor minha opinião. Não nego a belíssima plasticidade de Natalie Portman. Musa "nerd", ela tem um que de blasé, uma magreza elegante, pele perfeita e uma série de outros atributos que justificam o título. Entretanto, no quesito interpretação, diria que ela não me convenceu como psicótica. O filme tem tudo para ser bom. Belíssima fotografia, a mágica do ballet, o figurino. Tudo maravilhoso. Mas a ambição foi grande demais. Admiro o empenho da atriz, com certeza não é fácil "atacar" de bailarina. Tenho certeza de que foi um esforço enorme. Entretanto para o público ao qual a produção se direciona, certamente amantes do ballet em primeiro lugar e em seguida os cultos e os curiosos, entre outros, os produtores se arriscaram. Pois com certeza existe uma diferença grande entre uma bailarina de verdade e a empenhada atriz, o que já em princípio, começa a desinteressar.

Eu acredito no crescimento do ator. Foi assim com Meryl Streep, por exemplo. A desde cedo aclamada atriz me causava um incômodo por me parecer sempre igual nos papéis dramáticos. A ponto de quase desistir dela. Disse uma vez o saudoso "Paulo Francis" no Manhattan Connection que "ela fazia aquela cara de formiga", seguida de uma careta do comentarista, que só pessoas que como eu concordavam com ele, podiam entender. Mas talvez o que os peritos no assunto enxerguem, e eu como leiga ainda não seja capaz, é o potencial que existe no ator. A interpretação que embora ainda não madura, levará um dia, à perfeição, como a personagem "Nina" relata no final de "Cisne Negro", em suposto êxtase e como foi com Meryl Streep que passado o desconforto inicial, tornou-se recentemente uma de minhas atrizes preferidas.



De forma caricata, me convenceu bem mais a personagem "Emma", de Glee, ao desabafar com lágrimas nos olhos e gestos nervosos de quem tenta colocar ordem com a limpeza exagerada, que está cansada de seu transtorno obsessivo-compulsivo. Eu não sei porque os transtornos, as síndromes, ou o que quer que seja existem. Mas concordo que são um verdadeiro inferno autoimposto para quem os carrega dentro de si e achei muito interessante a abordagem do programa. Eu ainda não sei qual será o desfecho. Mas acho que é libertador entender que por mais que a gente queira tomar as rédeas da vida, existem coisas que fogem ao nosso controle. O descontrole químico do nosso corpo é bem maior do que nossa boa vontade. E é então que entra a informação como chave para a compreensão. De que por mais independente que se queira ser, às vezes a gente precisa aceitar a ajuda.

8 comentários:

tania disse...

Também não gostei nada do filme nem da atuação de Portman. Cheio de uns truques baratos e muito, muito pretensioso.

Você anda meio sumida do blog, né? eu também. Estudando muito (comecei uma faculdade de Cinema semestre passado e tô amando, mas é ralação extra). E trabalhando o mesmo de sempre, então o tempo ficou escasso. Mas, vou tentando administrar pra não largar as coisas que adoro, inclusive o blog.

Beijo, não suma!

Anna disse...

Lily,
Gostei de sua crítica acerca da interpretação de Natalie Portman no Cisne Negro, porque discordo totalmente dela.Me explico melhor, a primeira vez que assisti ao filme eu fiquei extasiada pela Natalie pelo modo como ela se soltou nesse papel,completamente despudorada, livre das amarras que ela sempre impos aos seus papeis, ela esteve excelente.Realmente merecedora do Oscar que ganhou. Então depois assistir ao filme eu fui ler algumas criticas na internet, e surpresa:todas defendiam uma opinião mais ou menos igual à minha.Odeio quando isso acontece, pois dessa forma eu perco a oportunidade de rever o filme sob um novo angulo, redescobri-lo, e talvez mudar de opinião.O que infelizmente, ou felizmente, não ocorreu dessa vez. Posto isso meu propósito ao digitar este comentario é agradecê-la pelo novo angulo, e parabenizá-la pelo blog.

Lilly disse...

Oi Tania,
estou sumida porque também estou estudando. Eu resolvi mudar de área e estou estudando Design Gráfico e o curso é puxado, muitas atividades. Mas estou adorando!! Vou tentando manter o blog como posso...

Beijos!

Lilly disse...

Oi Anna!

Muito obrigada pelo comentário. É sempre complicado criticar algo, por isso acho bacana o seu feedback pois ele traz uma discussão saudável. Eu também li as críticas que vc menciona, de que a Natalie Portman se soltou no papel, e foi por isso que eu quis ver o filme. Eu acho, como disse anteriormente, que ela realmente evoluiu e conquistou muitas coisas no filme, mas acredito que ela ainda precisa de mais experiência. Depois que li o seu comentário fiquei até me perguntando se as minhas expectativas não foram levantadas pelo furor acerca do filme; talvez se eu não as tivesse lido, eu tivesse me surpreendido e gostado mais... Pode ser...
Beijos e obrigada!

Beth Blue disse...

Lilly, não some não! Acabei de voltar do Brasil semana passada, tem um monte de coisas lá no meu blog.

A viagem foi boa demais, agora estou de ressaca emocional. Vida dura!

Lilly disse...

Ah, então por isso andou sumida também!
Eu ando super enrolada. Estudando muito.... redescobrindo meu lado nerd...
Ah, e tô amando o Tumblr. E olha que vc já tinha falado nele há um tempão....
Beijos!

Paulino disse...

Apesar de não o gênero de filme preferido até que achei o filme bom. Quanto a interpretação da Natalie Portman sou suspeito para comentar, mas achei ela pior no filme Thor, neste sim ela não acrescentou muita coisa.

Lilly disse...

Concordo com vc que no todo o filme é bom. Só não achei que posso elogiar tanto a interpretação dela... enfim... opiniões né?

Obrigada!