Vou arriscar dizer que não existe artista de um talento só. O que torna o artista de verdade, conhecido ou desconhecido, não é a habilidade, a virtuosidade. O que torna o artista de verdade é o olhar e a vontade de expressar, de transbordar para o mundo o que vai lá dentro. Se a crítica é boa ou não, não importa. O crítico nada mais é do que alguém que decidiu classificar as produções alheias e que foi imponente o suficiente para fazer-se prevalecer. Sentir, visualizar, viajar, expressar, aí reside a verdadeira arte. Seja qual for o meio ou combinação, idade, sexo, origem, etnia, o que importa é a sensibilidade. A emoção provocada numa cena, por uma pincelada mais forte, num feixe de luz, composição de sons e ritmos, escritos poéticos, confissões, sabores. O perceber que somos também um pouco artistas quando aprisionamos aquela beleza, nem que por um segundo somente. O embevecimento, o enlevamento da alma, o sublime, o vencer do abstrato e das sensações.
Sofremos porque somos sensíveis. Mas somos artistas. E vemos. E sentimos. E vamos de um extremo ao outro. Do inferno ao céu.
4 comentários:
Eu li esse texto anteontem. Aí li um livro ontem que me fez lembrar dele e voltei aqui para comentar: "Cartas a um Jovem Poeta" do Rilke. Conhece? É pequenininho, mas lindo demais. Tu ia adorar. Fala um pouco dos processos dessa classe "especial" de pessoas.
Abraço
André,
eu escrevi esse post no dia em que vi uns videos de um grupo vocal maravilhoso do sul.... :) Aí juntei com experiências pessoais e outros conhecidos e saiu isso...
Eu li "Cartas a um Jovem Poeta" há muitos anos atrás. Devo dizer que é um daqueles livros que eu mantenho na memória como um livro que preciso reler. É realmente maravilhoso!
Abraços.
Sério que tu viu os vídeos? Fico muito feliz, de verdade! A hora em que a gente subir um pouco o país para se apresentar, vou fazer questão da tua presença...
Sabe, eu sabia que tu tinha lido este livro!
Abraços!
Claro que vi! Só não me senti no momento apta a dar uma opinião.
Emocionei-me com a seleção, com a qualidade do vocal e me tocou particularmente uma cena em PB de mãos inquietas adornadas por jóias.
Parabéns!
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