Tive que voltar aqui e fazer um complemento rápido ao post anterior. Eu fiquei pensando sobre o livro, sobre Clarice Lispector e o fato de só agora eu ter começado a ler. Posso estar errada mas me tocou que este é exatamente o momento de estar lendo Clarice Lispector. Se eu a tivesse lido quando adolescente, como muitos outros livros que li, acho que ia ficar a maior parte das coisas na imaginação, no entender somente intelectual. Sem o coração. Olhando para fotos antigas ontem e pensando hoje sobre o livro, percebo que eu sempre quis ser feliz. Eu queria ter amigos e fazer o que todo mundo fazia e me sentir parte de algo. E foi aí que eu errei. Porque ser feliz, não significa fazer o que todo mundo faz mas fazer o que você faz. Como diz Clarice muitas vezes, é preciso "ser". E eu continuo nessa difícil tarefa de "ser". Uns dias sendo mais ou menos, mas com a experiência aprendendo o que de fato não faz parte de mim. Sendo devagar e sem me violentar, assim espero. E entendendo finalmente que mesmo querendo ser feliz, nem sempre a gente consegue, porque por algum motivo, a tristeza independe da nossa vontade e vez por outra ela vem nos buscar. A única coisa boa é que uma vez vencida a tristeza, a gente se surpreende de ter aprendido e se sente mais poderoso. Deve ser o tal estado de graça que Lóri sentiu. Eu não estou no estado de graça uma vez que ele é passageiro. Mas bem sei como é. Graças a Deus.
8 comentários:
Que lindo! Eu me identifiquei muito com o que vc escreveu. Bom não se sentir tão sozinha nos desafios das tentativas de "SER". :-)
É. Acho que Clarice provoca essas confissões na gente. Tem uma parte que eu gostei MUITO. A da reza que ela faz. É uma reza assim, tão delicada, tão humilde. Não que eu queira me valorizar. Mas, assim dividindo o meu íntimo com vc. Eu tb sou bastante humilde na hora de rezar...
Lilly,
Você é fantástica! E sabe muito bem disso.
adorei reflexão e nem precisa dizer que como leonina, me identifico... rssr!!! hoje desisti de fazer partE ' DA TURMA' e sou mais eu. bjs
Obrigada, Anônimo.
Eu acho que não sei mas mesmo assim aceito o elogio... rs
é Val. A gente tira um peso dos ombros, não? bjs
Lilly, afastadíssimo do blog como eu ando, senti peninha de não acompanhar melhor estes posts um a um e participar desse teu novo lance com Clarice.
Todo leitor dela tem isso, eu acho, esse negócio de pensar que não "pegou" tudo. Sou mais um, certamente. Mas sinto também que minto um pouco quando digo isso. Também sou contraditório.
Nunca li "Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres", o engraçado é que lembro bem da situação em que estive com ele nas mãos e preferi "A maçã no escuro", este me desnorteou, e também não "peguei" tudo.
Mas não ando muito Clarice ultimamente. A faculdade me pegou de jeito este ano que, por boa ventura, está terminando. Mas desde minha viagem à Buenos Aires em setembro estou numas de Garcia Márquez e Nélida Piñon. Bizarramente, já que nenhum dos dois é argentino... Eu disse, sou contraditório.
Um beijo! Acho que vou postar hoje.
Ah, André. Como é bom te ler. Sempre interessante.
Não se iluda, eu também não tenho conseguido me dedicar ao blog por conta dos estudos. Mas vez por outra bate uma inspiração relâmpago e procuro escrever rapidinho.
Gabriel García Marquez eu li na adolescência. Se eu te disser que lembro do que li, estaria mentindo. Só lembro que gostei. E Nélida Piñon eu não li.
Estou no "Retrato de Dorian Gray" no momento e para minha surpresa estou achando a leitura bastante agradável, quase como Jane Austen.
É isso! Tomara que poste. Vou ler!
Beijos.
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