quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sobre o olhar


Tava vendo no outro dia a 3a. temporada de 30 Rock e Jack, um bem sucedido, ambicioso e eticamente- questionável empresário da GE pergunta ao office-boy Kenneth, que seria a versão masculina de Poppy de "Happy-go-lucky", entretanto infinitamente menos irritante:

"Oh Kenneth, how would it be if I could see the world through your eyes?".

Essa é uma expressão que me emociona. "Ver o mundo através dos olhos de outra pessoa". O olhar por si só é algo emocionante; o quanto enxergamos no outro através dos olhos. E essa expressão, particularmente, me soa bastante poética. Não sei se já existia corriqueiramente no inglês ou se foi lançada pelo hit do Supertramp; a questão é que não só soa bonito imaginar o mundo com um colorido mais belo através do olhar de outra pessoa, quando nos sentimos incapacitados de nos encantar com as belezas da vida, como surpreende o fato de que para uma mesma situação, possam existir olhares e interpretações tão diversas.

O personagem de 30 Rock, Jack, lança a frase num arroubo de nostalgia. Após assistir um filme de seu aniversário de criança, onde fica registrado um momento de pura felicidade ao abrir um presente. Ele se dá conta de que Kenneth, apesar de adulto, não perdeu o olhar infantil, de quem se alegra com as pequenas coisas da vida. E que não fica buscando motivo para se sentir infeliz.
Do olhar para a vida: fiquei tentando entender quando e porque a gente perde o olhar da criança.

2 comentários:

André Lima disse...

Eu tenho um experimento: Na rua, quando uma criança me olha (sabe quando elas fazem isso? No super, no trânsito) bem nos olhos e fica encarando, eu sustento o olhar pra ver até onde elas agüentam. Os menores não desistem nunca, é incrível! A menos que percam o interesse... Mas os maiores, lá pelos 7 anos, logo desviam o olhar, já não suportam ser observados. Como nós. O passamos a ter a esconder?

Lilly disse...

Ah! Isso é muito interessante. Existem várias linhas que dizem que aos 7 anos a criança sofre algumas transformações, ou que até os 7 anos é quando a gente pode consolidar os ensinamentos que vão servir de base para a vida adulta. A sua observação vem confirmar isso na prática.