quarta-feira, 7 de julho de 2010

Pensamentos

Estou tentando lembrar onde foi que eu li ou ouvi recentemente que não importa quantas coisas boas tenham sido feitas para você na infância, que você provavelmente vai esquecer isso tudo e só vai lembrar daquela única coisa, ou poucas coisas ruins que aconteceram.

Nas minhas leituras pelos blogs afora, vejo o assunto adolescência como um tema recorrente. Quase todo mundo conta algo, se não uma situação específica, que marcou negativamente, dissertações sobre a fase, sobre as angústias, os medos, as inseguranças.

Já li, tanto na corrente espiritualista, como em textos pedagógicos, que a idade de 7 anos é um marco na vida de uma pessoa. Até os 7 anos, a criança encontra-se em formação; o que for recebido de valores éticos, de conceitos que servem para a formação do indivíduo, a construção da auto-estima, é isso o que vai determinar a conduta do adulto no futuro. Houve quem dissesse até que se a criança não recebeu até essa idade a base adequada, que ela seria de certa forma um "caso perdido".

Não gosto de radicalismos. Eu tento sempre acreditar que tudo é possível se a gente acredita, se se esforça. Reconheço o papel da dor como agente de mudanças. Preciso acreditar em tudo isso.

Mas não posso deixar de admitir que certas frases, certos pensamentos dessa tenra idade, mesmo que equivocados, nos perseguem mesmo que subliminarmente. Por vezes as mensagens são identificadas e trabalhadas e em muitas outras, elas movem ações e pensamentos presentes sem que nós tomemos consciência. Isso é cruel.

Como minimizar essas marcas? Como voltar ao passado e explicar para aquela criança que sentia medo e solidão que seus temores eram infundados? Que a dimensão de suas preocupações era exagerada?

Se a adolescência foi uma fase difícil? Com certeza sim. Mas felizmente não deixou traumas eternos. Tenho a satisfação de reconhecer que aqueles problemas, os da adolescência, eu esqueci.

6 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Lilly, muito interessante teu texto!
Fiquei pensando nos meus medos de criança que ainda conservo, e te digo mais, esses são os mais difíceis de ir embora, porque ficaram velhos na casinha.
bjs, adorei o texto!

Anônimo disse...

Amiga, seu texto está perfeito, me identifiquei demais. Especialmte pq minha adolescência não foi na agradavel, mas como vc mesma disse, já esqueci.rs
Deu até vontade de escrever um post falando sobre esse assunto, acho que escreverei no meio do feriado :-) beijão

Lilly disse...

Escrevi meio sem certeza de se estava fazendo algum sentido mas se vocês se identificaram, creio que foi porque a mensagem ficou clara. Sinto-me menos sozinha com o comentário de vocês, obrigada!

Val, aguardo o post!!

Beijos.

Labelle® Paz disse...

Adorei seu texto!! Não tenho muitas recordações ruins ou pesadas nem da infância nem da adolescência.... Acho que sempre fui meio Pollyanna ou sempre procurei ser, e acabava resolvendo o que me magoava na hora mesmo. Nunca guardei mágoa, sempre fiz barracos homéricos [depois dos 30, confesso que dei uma bela acalmada], e procuro lembrar só das coisas boas. Fiquei pensando se tenho algo guardadinho na gaveta, mas não achei...

Lilly disse...

Puxa, que ótimo! Creio que esse é o ideal de todos... Pelo menos o meu... :)

Beijos!

Anônimo disse...

Lilly,
Não sei se acertei , no fato de vc tbem ter falado( ainda que indiretamente) de bullying da adolescencia( qdo vc fala de ' marcas', ' traumas', fiquei com essa impressão)... postei um texto sobre isso( um pouco mais denso, falando de traumas e marcas bem mais sérias). dá uma lida e se quiser dar sua opinião...( náo costumo fazer propaganda de texto meu, mas esse achei que vc e mais uma pessao gostariam de ler)
faz tempo que quero escrever um texto falando de como superar traumas dessa fase. já escrevi, rascunhei e apaguei pq achei que nao ficou legal. quero ver se consigo escrever sem falar muito de ' mim" e da ' minha ' experiencia, se consigo falar num termo mais geral... uma hroa consigo... rsrsrs!! beijos