Apareceu como se nunca tivesse ido. Ela o olhou com certa desconfiança. Os que estavam em volta nem perceberam. Parecia tudo muito natural, como sempre.
Ele se aproximou, passou a mão pelos ombros dela. Um frio na nuca denunciou perigo. Mas quando ele colocou a mão no seu ombro direto, puxando-a para si, sentiu aquele morno descendo pelo corpo, um sinal de intimidade, de familiaridade. Tudo tinha voltado ao normal.
Falou-lhe de coisas corriqueiras, do que viam ao redor, do momento. E ela não quis questionar. Não quis voltar nas dores antigas, recapturar as dúvidas e o sofrimento. Ela simplesmente ficou ali, olhando para o nada e sentindo aquele braço nos ombros.
Começaram a caminhar quase sem destino. Ele dizia que queria olhar coisas. E eles caminhavam e conversavam como dois amigos, ele com a mão no ombro dela e ela enlaçando a cintura dele, e puxavam-se um para o outro com urgência, com uma força delicada, como se querendo fundir-se um ao outro, tamanha a saudade e a dor da ausência. Aquele perfil, o quadril dele se encaixando na cintura dela, aquela forma que os dois tinham junto. Era como se o certo tivesse voltado, o que tinha acabado mas que na verdade devia ser para sempre.
E seguiram assim caminhando e se amando num abraço de lado, falando de frivolidades e não pensando, porque não havia espaço para pensamento. Só havia sensação. O cheiro, o toque, o vento que levantava de leve os cabelos e aquele abraço de lado, apertado.
E pelo menos naquele momento, parecia que ia dar tudo certo novamente.
Mas será que ia mesmo?
2 comentários:
Esse conto ta me lembrando algo.... Mas só posso te contar o que e pessoal,mente..eheheheh.lindo conto. Bjs
O dia transcorria com a beleza exuberante da Natureza. O sol os acalentava naquela manhã enquanto a saudade era tomada pela felicidade daquele momento tão mágico. O destino os reaproximava e algo ali surgiria...
Tudo daria certo, afinal eles foram feitos um para o outro. Mas no final eles acordaram e sentiram que o tempo os reaproximariam num futuro próximo, afinal eles se amam...
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