quinta-feira, 17 de julho de 2008

Música para a alma


Há muitos anos atrás comentei com uma amiga mexicana sobre um excelente filme que eu havia visto baseado no romance de uma escritora mexicana (Como água para chocolate de Laura Esquivel). Esta amiga era apaixonada por leitura e pelos escritores latino-americanos. Ela acabou me presenteando com um livro que segundo ela era ainda melhor do que o primeiro: La ley del amor. Faz muitos anos que li o livro e não me recordo exatamente da estória mas um detalhe que me marcou foi que ele vinha com um CD e em determinadas partes a gente escutava a música relacionada ao trecho do livro porque, segundo a escritora, tem certas músicas que promovem uma transformação no nosso estado de espírito, uma conexão com a verdadeira alma. Eu queria citar o trecho exato nesta postagem mas não consegui encontrar o livro. Encontrei na internet, entretanto, um outro trecho que está relacionado ao mesmo assunto e belíssimamente escrito:

"Es muy fácil detectar el desorden en el mundo real y tangible. Lo difícil es encontrar el orden de las cosas que no se ven. Pocos pueden hacerlo. Entre ellos, los artistas son los "acomodadores" por excelencia. Con su especial percepción deciden cuál es el lugar que debe ocupar el amarillo, el azul o el rojo en un lienzo; qué lugar deben ocupar las notas y qué lugar los silencios; cuál debe ser la primera palabra de un poema. Van armando rompecabezas guiados por su voz interior que les dice "Esto va aquí" o "Esto no va aquí", hasta poner la última pieza en su lugar.

Si dentro de cada obra artística hay un orden predeterminado para los colores, los sonidos o las palabras, quiere decir que esa obra cumple un objetivo que está más allá de la simple satisfacción del autor. Significa que desde antes de que fuera creada ya tenía asignado un lugar específico. ¿Dónde?. En el alma humana. Por lo tanto, cuando un poeta acomoda palabras dentro de un poema de acuerdo con la voluntad divina, está acomodando algo en el interior de todos los seres humanos, pues su obra está en concordancia con el orden cósmico. Como resultado, su obra circulará sin obstáculos por las venas de todo el mundo, creando un vínculo colectivo poderosísimo. "


http://www.youtube.com/watch?v=CdhG_rAanPM&feature=related

sexta-feira, 11 de julho de 2008

As maravilhas da Região do Douro


Já contei anteriormente que estivemos no norte de Portugal por um dia saindo de Ciudad Rodrigo na Espanha. Depois que cruzamos a fronteira, passamos por várias cidadezinhas. As maiores: Castelo Rodrigo, Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa, e um monte de outras menores cujos nomes não recordo mais. Até chegar a São João da Pesqueira.

Estava lendo um pouco sobre a Região do Douro para escrever esta postagem. Não encontrava palavras para descrever este caminho. Entretanto, após rever algumas fotos, me dei conta que se tivesse que escolher um único adjetivo, eu diria simplesmente: "poético".

Os portugueses que emigraram desta região de Portugal no final da década de 50 para países como França, Suíça, Alemanha, etc, retornaram para a região e aplicaram todo o fruto dos seus esforços na própria terra. O amor destes herdeiros por sua terra é visível, palpável. Ele se expressa através de casas branquinhas, muito bem cuidadas, carreiras infindáveis de videiras e oliveiras, que acompanham harmoniosamente e simetricamente as curvas dos montes. Ele está presente nos pessegueiros, cerejeiras, árvores de romã, nos morangos doces e nas hortas particulares cultivadas para consumo próprio. Páre para conversar com qualquer morador da região, e ele terá sempre uma história para contar sobre como deixou o seu país e retornou para transformar aquela terra com suas próprias mãos nas maravilhas que testemunhamos hoje. Em seguida, ele oferecerá com orgulho, algo de produção própria: vinho do Porto, azeitonas, azeite, frutas. Você será convidado a visitar lagares (locais onde se pisoteiam uvas) e tonéis onde descansam estas riquezas.

Posso passar horas tentando descrever a sensação de cruzar aqueles montes, vales profundos, paisagens de verde vibrante das uvas que brotam, rios que serpenteiam, vilas seculares, mas não vou conseguir traduzi-la com toda a exatidão. Sendo assim, só me resta aconselhar: visite.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Amo minha Cuttlebug


Outro experimento que fiz nesta página em preto e branco foi o título. Cortei as letras com a faca "Curls and Swirls" da Cuttlebug em papel branco. Depois, apliquei 1 camada de tinta relevo com glitter, deixei secar e apliquei nova camada. Pena que a foto não está muito boa. Eu ia tirar outra mas a bateria da máquina acabou.... Ficou tão bonito ao vivo!!

Tenho inventado muitas coisas com a Cuttlebug. Foi uma ótima aquisição....

Para quem não sabe o que é:

http://www.provocraft.com/products/index.products.php?cl=cuttlebug

Paciência oriental

Eu peguei uma foto e para destacar o rosto da criança, converti todo o fundo em preto e branco. Então, me deu vontade de montar uma página toda em preto e branco para continuar no mesmo padrão da foto. Peguei um cardstock preto e outro floral estampado lindo, da DCWV, coleção "All dressed up". Colocando o floral por cima do preto, percebi que ia ficar tudo muito claro e eu queria que o preto predominasse. Me deu uma "loucura" e resolvi transformar o papel numa espécie de renda, cortando todo o bege que havia entre as flores com um estilete de precisão.

O papel original é assim:Depois da minha arte, ficou assim (já aplicado na página com o papel preto ao fundo):

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O pintor pinta o que vê

Sábado estive numa livraria comprando um presente para o amigo do meu filho. Esta livraria é especializada em crianças (http://www.livrariakidsbooks.com.br/) e o interessante de lá é que existem sessões divididas por faixa etária e assunto.

Eu estava olhando os livros para a faixa de 8 anos quando me deparei na prateleira de cima com livros especializados em artes. Isto veio bem de encontro a duas experiências recentes: a minha surpresa ao me deparar com o desenho do Abaporu da Tarsila do Amaral feito pela minha filha de 4 anos e a visita que eu fiz ao museu do Picasso em Barcelona com os meus filhos. O meu filho é extremamente cartesiano; para ele tudo tem que ter uma lógica, o certo e o errado... então, não é de se admirar que ele aos 8 anos se identifique com os pintores clássicos, com o virtuosismo em pintar as coisas exatamente como elas são. Sendo assim, ao ver todo o desconstrutivismo de Picasso, ele dizia: isso é horrível!

A prateleira de artes com liguagem para crianças foi uma verdadeira descoberta. Num impulso, comprei um livro belíssimo sobre a Tarsila ("Contando a arte de Tarsila do Amaral", Sylvia Torres, Editora Noovha America), outro do Metropolitan Museam of Art traduzido para o português ("O que faz de um Van Gogh um Van Gogh), este porque o exemplo que eu usei para explicar para o Impressionismo para o meu filho foi Van Gogh e ele queria conhecer os quadros e por último, um sobre "Mondrian, o Holandês Voador" (Caulos, Ed. Rocco). Este último, devo confessar que foi para mim, pois apesar de conseguir identificar os quadros mais famosos, não fazia idéia de que eles representavam paisagens da Holanda ou de Nova York segundo uma visão minimalista com influências do cubismo. E o livro explica de uma forma muito delicada e interessante. Meu filho adorou!!




Tive 3 experiências inesquecíveis com a arte:

A primeira ao visitar o Museu do Picasso em Paris, quando estava sendo apresentada uma coleção de desenhos e fotos originais, onde podia-se acompanhar toda a trajetória do estilo de Picasso que partiu do clássico ao impressionista/cubista. A abordagem era muito interessante porque a foto original era colocada ao lado do desenho ou quadro e assim era possível visualizar as "distorções" que Picasso criava. No Museu de Picasso de Barcelona, há uma sala com os estudos que ele fez sobre o quadro "As Meninas" de Velásquez, onde também é possível entender o trabalho dele, inclusive com mais de uma variação para a mesma cena.

A segunda foi ao ver os campos de trigo e de girassóis no interior da França, como se fizéssemos parte do episódio a respeito de Van Gogh no filme "Dreams" (Akira Kurosawa).

Por último, pode soar lugar comum, mas não podia deixar de citar a casa do Monet em Giverny.

Seguem algumas fotos destas viagens; Papoulas nas estradas da Espanha em 2008 (acima) porque me lembraram o Impressionismo de Monet. Abaixo, campo de girassóis e a casa de Monet em 2004 (interior da frança na região do Vale do Loire e Giverny, respectivamente):

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O scrap do scrap


Já tinham me avisado… com o tempo a gente se apega tanto aos papéis de scrap que começa a juntar qualquer pedacinho.... Eu jogava os bem miudinhos fora mas depois que tive a idéia que vou explicar em seguida, não consigo jogar mais nada.

Um dia estava montando uma página com este papel da Elsie (da linha Jack and Abby) que tem umas estampas super interessantes. Como gosto de recortar, resolvi utilizar as estampas como elementos soltos na página. Foi quando me dei conta que as tais estampas poderiam ser fabricadas com restos de papel. O bonitinho deste trabalho é que além dos padrões, ganha-se textura pela sobreposição dos recortes de papel


Resolvi fazer o teste. Peguei várias sobras de papel, furador redondo, separei os papéis por cores e comecei a montar meus próprios "embellishments" (enfeites, na linguagem do scrap). Um ponto de partida é cortar com o furador redondo um papel, depois utiliza-se outro papel para recortar uma florzinha ou um coração (no meu caso, recortei direto, sem desenhar). Cola-se o coração no papel redondo e em seguida, cola-se o redondo num terceiro papel e recorta-se como margem do papel redondo. O intuito é imitar as formas da primeira foto. O resultado fica bem interessante, como pode-se ver ao lado, depois de já aplicado na minha página.


Vale a pena acompanhar o trabalho desta artista de scrapbook: Elsie Flannigan. Ela é bastante criativa e bem-humorada.


quarta-feira, 2 de julho de 2008

Caderno dos sonhos: porque sonhar é preciso


Escuto sempre relatos de amigos que conhecem pessoas que se aposentaram e que se acomodaram dentro de casa, "sem nada para fazer". Isso me preocupa muito. Porque a minha cabeça "ferve" de idéias e desejos, coisas que eu não consigo realizar por estar sempre muito ocupada, seja pelo horário exigido no emprego, como pela quantidade excessiva de tarefas e obrigações.

Fico pensando nessas pessoas e me perguntando se realmente elas não têm nada para fazer ou se o cotidiano, a luta diária pela vida, não fez com que elas simplesmente esquecessem destes sonhos. Eu mesma me peguei recentemente olhando livros e cadernos antigos e relembrando coisas que eu gostava de fazer e que simplesmente eu havia esquecido.

Frases como estas: "é preciso sonhar", a gente ouve toda hora mas nem sempre o sentido real delas nos atinge por completo. As pessoas esquecem de sonhar porque acham que os sonhos devem ser sempre grandes: comprar um carro, uma casa, trilhar uma carreira de sucesso. Mas no momento em que se luta por estes ideais maiores, o sonho se transforma em coisas menores como caminhar ao sol sem pressa, tomar um banho demorado ou observar crianças brincando.

Quando me dei conta do sentido desta frase, resolvi abrir um caderno que mantenho na minha cabeceira e anoto todas estas coisas que eu deixo de fazer diariamente. Manter este arquivo me acalma e me dá a certeza de que nunca me sentirei vazia...