segunda-feira, 7 de julho de 2008

O pintor pinta o que vê

Sábado estive numa livraria comprando um presente para o amigo do meu filho. Esta livraria é especializada em crianças (http://www.livrariakidsbooks.com.br/) e o interessante de lá é que existem sessões divididas por faixa etária e assunto.

Eu estava olhando os livros para a faixa de 8 anos quando me deparei na prateleira de cima com livros especializados em artes. Isto veio bem de encontro a duas experiências recentes: a minha surpresa ao me deparar com o desenho do Abaporu da Tarsila do Amaral feito pela minha filha de 4 anos e a visita que eu fiz ao museu do Picasso em Barcelona com os meus filhos. O meu filho é extremamente cartesiano; para ele tudo tem que ter uma lógica, o certo e o errado... então, não é de se admirar que ele aos 8 anos se identifique com os pintores clássicos, com o virtuosismo em pintar as coisas exatamente como elas são. Sendo assim, ao ver todo o desconstrutivismo de Picasso, ele dizia: isso é horrível!

A prateleira de artes com liguagem para crianças foi uma verdadeira descoberta. Num impulso, comprei um livro belíssimo sobre a Tarsila ("Contando a arte de Tarsila do Amaral", Sylvia Torres, Editora Noovha America), outro do Metropolitan Museam of Art traduzido para o português ("O que faz de um Van Gogh um Van Gogh), este porque o exemplo que eu usei para explicar para o Impressionismo para o meu filho foi Van Gogh e ele queria conhecer os quadros e por último, um sobre "Mondrian, o Holandês Voador" (Caulos, Ed. Rocco). Este último, devo confessar que foi para mim, pois apesar de conseguir identificar os quadros mais famosos, não fazia idéia de que eles representavam paisagens da Holanda ou de Nova York segundo uma visão minimalista com influências do cubismo. E o livro explica de uma forma muito delicada e interessante. Meu filho adorou!!




Tive 3 experiências inesquecíveis com a arte:

A primeira ao visitar o Museu do Picasso em Paris, quando estava sendo apresentada uma coleção de desenhos e fotos originais, onde podia-se acompanhar toda a trajetória do estilo de Picasso que partiu do clássico ao impressionista/cubista. A abordagem era muito interessante porque a foto original era colocada ao lado do desenho ou quadro e assim era possível visualizar as "distorções" que Picasso criava. No Museu de Picasso de Barcelona, há uma sala com os estudos que ele fez sobre o quadro "As Meninas" de Velásquez, onde também é possível entender o trabalho dele, inclusive com mais de uma variação para a mesma cena.

A segunda foi ao ver os campos de trigo e de girassóis no interior da França, como se fizéssemos parte do episódio a respeito de Van Gogh no filme "Dreams" (Akira Kurosawa).

Por último, pode soar lugar comum, mas não podia deixar de citar a casa do Monet em Giverny.

Seguem algumas fotos destas viagens; Papoulas nas estradas da Espanha em 2008 (acima) porque me lembraram o Impressionismo de Monet. Abaixo, campo de girassóis e a casa de Monet em 2004 (interior da frança na região do Vale do Loire e Giverny, respectivamente):

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