terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sobre as mudanças interiores

Pincelei de leve no post anterior uma insatisfação comigo mesma. Existe um cansaço que nos atinge de tempos em tempos quando buscamos a nossa melhora interior. Melhora impalpável e impossível de medir. É fatigante essa tarefa de se observar, identificar o que precisa ser mudado e efetivamente implementar. Engraçado que nem estava naquele momento do post nesse estado de letargia. Mas lembrei dele. Porque sou possuidora de uma mente inquieta e inconstante, que num minuto está observando embevecida a forma como uma luz toca um objeto e no outro está sendo perseguida por monstros particulares e totalmente imaginários.

Se por um lado posso me torturar com o desejo de reforma e evolução, por outro, apesar do sofrimento, não consigo acreditar que seja se não correto, no mínimo saudável não pensar e nem almejar mudanças. Eu não prego o sofrimento. Mas olho com desconfiança tudo o que é fácil. Buscar o equilíbrio interior: sempre. Mas isso não quer dizer que não haverá esforço no aprendizado. Não quer dizer que eu não possa errar e tentar de novo de um outro jeito. E pelo fato de estar sempre atenta, acredito que os erros serão menores. Não estou dentro de um trem desgovernado que provoca acidentes irreparáveis. O que falo na primeira pessoa não é privilégio meu. É direito adquirido por todos, desde o nascimento.

Eu estava lendo o post da Pri no Devaneios e Metamorfoses e me deu vontade de expressar o quanto precisamos ser mais condescendentes conosco de tempos em tempos. Não dá para entender o passo da mudança. Mas eu tenho a certeza de que ela ocorre no tempo certo.

Eu tenho um lado espiritualizado independente de crença. Bom, vamos dizer que eu tenho uma tendência religiosa. Mas o meu lado excessivamente lógico me impede de abraçá-lo com entrega e sinceridade. Eu sinto que o clamor religioso nos atinge com o tempo, quando percebemos que na vida muitas coisas não conseguimos explicar mas que precisa haver um sentido em tudo o que vivemos. E que se a gente não sabe exatamente qual o sentido, fica mais fácil nomeá-lo como Deus até que a gente descubra o que é de verdade. E percebi que existe beleza na luz. E que todos somos atraídos por ela.

Devido a esse lado espiritualizado, desenvolvi um hábito de ler todo dia, antes de dormir, textos de meditação. Durante algum tempo foi um livro psicografado por Chico Xavier, do espírito Emmanuel, chamado "Meditações Diárias". Depois que eu quase decorei o livro e aproveitando a coincidência do comentário de uma amiga, passei a ler "Abrindo Portas Interiores" de Eileen Caddy. O ritual consiste em abrir aleatoriamente uma página, ler a mensagem e refletir sobre ela. E existe um misto de surpresa e certeza em reconhecer que 99% das vezes a mensagem é exatamente a que a gente precisava ouvir. É um hábito quase adolescente, para pessoas céticas como eu, mas que me nutre interiormente, quiçá até pela aceitação da inocência implícita no ato.

Para encerrar o post que já ficou longo demais, transcreverei a mensagem que li um certo dia e que me veio à cabeça quando li o que a Pri escreveu:

26 de fevereiro (são 366 mensagens diárias "recebidas" pela escritora):

"Algumas vezes o novo se desdobra tão devagar que não é possível perceber as mudanças que estão acontecendo, até que, de repente, elas já aconteceram desapercebidamente. Outras vezes é possível ver as mudanças se desenrolando passo a passo bem à frente dos olhos. Há vezes, ainda, quando acontecem coisas de um dia para o outro - como no inverno, quando você vai dormir à noite e na manhã seguinte está tudo coberto de neve. Você não teve nada a ver com o que aconteceu; tudo se passou de uma maneira miraculosa. O novo será revelado de muitas maneiras diferentes. Tudo que você tem a fazer é caminhar com ele, sem resistência. Mudanças não são necessariamente dolorosas. São inevitáveis  porque nada pode permanecer imutável; e se você consultar seu coração, você mesmo não irá querer que ele permaneça o mesmo."

Está chegando o Natal

Hoje é o último dia do mês. E amanhã começa dezembro.




Fui convidada a participar de um meme pela Tania do Elos e Nós. Eu ainda não respondi mas pretendo fazê-lo. O meme me fez pensar sobre algo que é recorrente em minhas análises. As perguntas do meme são aparentemente simples, como listar 7 coisas boas que a gente tem de bom e 7 que a gente tem de ruim. Digo aparentemente simples porque falar sobre algo que é bom ou ruim na gente não me parece dicotômico. Não consigo pensar que as coisas que eu tenha de ruim sejam sempre ruins ou que as boas sejam sempre boas. Às vezes o que a gente mais odeia na gente é o que nos ajuda em muitos momentos. Eu acredito no equilíbrio, mesmo que saber o ponto do equilíbrio seja tão difícil.

Eu aproveitei o gancho do Natal para lançar de leve essa reflexão, sem muita elocubração. Eu gostaria de ser uma pessoa simples no pensamento, de achar as coisas boas sem analisar tanto. Eu gostaria de não estar sempre perguntando para que, como, quando, se é certo, se é errado. Eu gostaria de me conformar mais vezes. Mas ao mesmo tempo, eu reconheço que grande parte do meu valor está em que eu seja muitas vezes complexa. Perceberam como é difícil?

Bom, então vem o convite que eu aceitei da Beth do Noites em Claro. Que eu resolvi ligar a esta reflexão de Natal porque o tema natalino em si não me parece simples. Todo ano a cidade é enfeitada, tiramos dos armários as árvores de Natal e embora eu ache tudo lindo, fico me perguntando o que tem a ver os bonecos de neve com o calor infernal que está fazendo ou os biscoitos de gengibre que a gente nem come. Mas como em tantas outras vezes, eu procuro deixar de lado o preciosismo e aproveitar o momento. E pensar que ser bonito é suficiente. Nos encanta, nos traz magia e sonho.

Bom, os cartões vistos acima, como eu ia dizendo, fiz por um convite da Beth. São scrapcards, ou seja, cartões feitos a mão com material de scrapbook. Minha máquina resolveu me deixar na mão, por isso a terrível qualidade de imagem que saquei com a webcam. Que não é do meu feitio. Mas decidi postar asssim mesmo, pela alegria de compartilhar algo que eu fiz. Fotos em detalhe abaixo.



Não vou dar os créditos completos mas gostaria de comentar algumas coisas. A árvore ao lado está com alguma dimensão; usei fita banana para levantar. E o desenho foi feito com carimbo.



As letras do "Feliz Natal" foram cortadas na máquina Cuttlebug e depois eu apliquei tinta relevo com glitter por cima. Essa é uma técnica que eu gosto muito de utilizar.

A árvore foi design meu. Gosto de criar figuras com formas geométricas. Apliquei-a num "tapete" e levantei com fita banana.

Os quadrados contendo o gingerman e o floco de neve foram cortados na Cuttlebug e eu utilizei a fita banana para dar dimensão.

As tags também foram cortadas na Cuttlebug e amarrei fitas cetim para dar mais charme. O botão foi realmente costurado no papel com linha de bordar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Texto lindo

Recebi de uma amiga um texto que me tocou profundamente porque sintetiza de forma poética, clara e coerente os sentimentos envolvidos numa jornada pessoal de progresso, onde a gente percebe o antes e o depois e reconhece que ainda tem a melhorar mas que já conquistou muita coisa. Fiquei tocada pelo texto e resolvi compartilhá-lo com vocês.

Na vida, nada é constante. As situações, os humores parecem ir e vir como as marés. Novos dias surgem como uma oportunidade de tentar coisas novas e deixar as ruins para trás, momentos difíceis nos tornam mais fortes e nos fazem crescer. E nem sempre a gente se ama de verdade. Mas que bom se pelo menos a gente aprende o que é se amar de verdade. Amando a nós mesmos é que conseguimos dar o melhor de nós para o mundo, para as pessoas. Isso é muito especial. E é o que todos deveriam perseguir.


Quando me amei de verdade,
Compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E, então, pude relaxar,
Hoje sei que isso tem nome...
AUTO-ESTIMA.

Quando me amei de verdade,
Pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional,
Não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades.
Hoje sei que isso é...
AUTENTICIDADE.

Quando me amei de verdade,
Parei de desejar que minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de...
AMADURECIMENTO.

Quando me amei de verdade,
Comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo,
Mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não esta preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é...
RESPEITO.

Quando me amei de verdade,
Comecei a me livrar de tudo o que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo.
De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama...
AMOR PRÓPRIO.

Quando me amei de verdade,
Deixei de temer meu tempo livre
E desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalônicos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é...
SIMPLICIDADE.

Quando me amei de verdade,
Desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes,
Hoje descobri a...
HUMILDADE.

Quando me amei de verdade,
Desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro.
Agora me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez.
Isso é...
PLENITUDE.

Quando me amei de verdade,
Percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar.
Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração,
Ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é...
SABER VIVER!

Não devemos ter medo dos confrontos...
Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas...

Texto de CHARLES CHAPLIN

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Meme dos 4

Hoje eu resolvi pagar minhas dívidas. Estou respondendo a um meme que a Beth do Noites em Claro me enviou há praticamente um mês atrás!

Bom, vamos às respostas:

Trabalhos que tive em minha vida

1. Bailarina (pode não ser de verdade? quando criança eu sonhava com isso todo dia).
2. Dentista (quando me dei conta de que vivia num mundo capitalista, o sonho mudou. Mas foi rápido).
3. Professora de inglês (esse foi por pouco tempo mas é de verdade!)
4. Analista de Sistemas

Lugares em que vivi

1. Rio de Janeiro
2. São Paulo
3. Canadá (durante um mês. Pode, né? Amei, queria ficar lá.)
4. São Paulo

Programas de TV que assistia quando criança (isso tudo criança, bem criancinha mesmo...)

1. Flintstones
2. Ultraman (ah, Pat, e você pensando que eu não curtia super-heróis, né? Na essência sim...)
3. Poderosa Isís
4. Mulher Maravilha (eu rodava igualzinho a ela. Pelo menos achava que sim.)

Programas que assisto

1. Glee
2. The Big Bang Theory
3. Two and a Half Man
4. Cold Case

Quatro lugares em que estive e voltaria

1. New York (de preferência uma vez por mês...)
2. Paris (a cada 6 meses)
3. Alemanha (queria ter ido a Berlin mas não consegui)
4. Canadá

Formas diferentes que me chamam

1. Lili
2. Li
3. Lilly
4. Lilis

(Criativo, né? Como fazer variações de 1 sílaba).

Quatro comidas favoritas

Gente, eu como de tudo! Mas nas preferências sou muito básica.

1. Queijo (de vários tipos... Brie, Edam, Feta, Chèvre, Minas, Prato, Muzzarela, e por aí vai...)
2. Lasanha!
3. Pizza!
4. Salada variada, com muitos verdes

Quatro lugares em que desejaria estar agora

1. Stars Hollow (cidadezinha onde se passa o Gilmore Girls... mas tinha que ser assim, no seriado,
se é que vocês me entendem)
2. McKinley High (só para fazer parte do Glee Club. De preferência sem refrigerante na cara...)
3. NY (fazendo umas comprinhas de Natal. Fútil!!!)
4. Dentro de uma cabeça tranquila. Sim, esse é o melhor lugar. É o que torna todos os lugares bons.

Espero que esse ano eu possa

1. Me firmar na minha nova carreira
2. Estudar muito
3. Publicar um livro
4. Conciliar isso tudo com uma boa dedicação aos filhos, praticando a filosofia "Slow".

Puxa, faz tanto tempo que todos já responderam, né? Então vou me arriscar e indicar pessoas que vou "pescar":

1. Amélie
2. B
3. Valéria Artes
4. Labelle

Selinho, que bom!!

Recebi já há alguns dias um selinho do Kilson, do Visão Estereoscópica. O legal é que apesar de que eu não esteja me dedicando tanto ao blog ultimamente, ainda assim eu fui premiada.
Muito obrigada, Kilson!

Olha como o selo é bacana:


Bom, e vamos às regras:

1. Exibir a imagem do selo no blog (como pode ser vista acima);
2. Revelar o link do blog que atribuiu o prêmio (ok!);
3. Escolher blogueiros para premiar e
4. Avisar os escolhidos.

Com certeza meus amigos blogueiros já foram premiados, mesmo assim vou indicar:

1. Beth do Noites em Claro
2. Albuq do Relacionamentos, Vida e Cotidiano
3. Pat Ferret do Fuça de Ferret
4. Val do Com Toda a Minha Alma
5. Tania do Elos e Nós

O selinho, além do reconhecimento, que é uma sensação ótima, traz a oportunidade da gente se reciclar, principalmente quem anda um pouco afastado como eu; de pensar em novos posts e ler o que perdeu.

É isso gente, vamos participar!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Seria a realidade real?

Estava assistindo um desenho em 3D neste final de semana e num certo ponto, onde os personagens parecem flutuar no meio da galáxia, eu fui acometida por um sentimento de confusão entre o real e o imaginário. Eu me dei conta, em milésimos de segundos, que a cada dia que passa, o homem torna real dezenas de ideias, situações antes somente imaginadas. Já não foi dito que grande parte das invenções se baseia naquilo que foi escrito em romances ou contos de ficção científica? Não consigo detalhar a minha estupefação, descrever com as palavras certas, mas naquele momento fiquei me indagando sobre a realidade deste mundo: como pode ser real um mundo em que a maioria das coisas que nos cerca é inventada? Somos nós frutos de nossa própria imaginação e vontade?

A Caixa


Eu vi alguns filmes neste final de semana. Fazia tempo que eu queria assistir "Um Olhar do Paraíso"("The Lovely Bones"). Devo dizer que não decepcionou mas também não entusiasmou. Fiquei com aquela impressão de que muita coisa ficou sem explicação e de que o livro poderia ter sido uma melhor escolha. Bom, eu sempre tive a política de não assistir um filme antes de ler o livro mas esse tem sido um hábito difícil de manter dada a velocidade dos lançamentos atualmente.

A melhor situação é quando a gente vê um filme sem expectativas e acaba se surpreendendo com ele. E isso aconteceu com o thriller "A Caixa". Aluguei-o esperando um filme daqueles nervosos onde pessoas correm e carros explodem e a gente quase nem consegue acompanhar com os olhos o que vai acontecendo. Para minha agradável surpresa, apesar de colorido, o filme que se ambienta na década de 70 tem um ritmo meio hitchcockiano e que me lembrou, apesar de eu não ter sido fã assídua, os episódios do memorável "Twilight Zone". Colorido bonito, diga-se de passagem, design gráfico impecável e um bom suspense permeado por trilha sonora envolvente. Valeu a pena.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Glory of Life - Mink

Glory of Life.

Sempre é bom começar o dia com um pouco de gratidão.