segunda-feira, 27 de julho de 2009

A imitação da vida

Quando eu era criança eu tinha muita restrição alimentar. Certo período, para desespero da minha mãe nutricionista, eu me alimentei somente de macarrão e ovo mexido.

Com o passar do tempo meu leque de gostos foi aumentando gradativamente. Até demais, eu diria. Pois hoje em dia tudo me parece gostoso.

Estávamos falando sobre isso, eu e minha mãe no outro dia, e ela lembrou de uma ocasião em que eu cheguei em casa pedindo que ela cozinhasse um ensopado de carne e quiabo. O motivo foi que eu havia passado a manhã na casa de uma amiga e vi a mãe dela preparando o prato. Eu senti o aroma do cozido e observei que eles comiam com tanta satisfação que a iguaria, a despeito do aspecto gosmento e pouco atraente para mim, me pareceu apetitosa.

Vou fazer uma filosofia agora muito de porta de botequim. Estava pensando sobre como a gente ganha em conviver e observar o modo de vida de outras pessoas. De uma simples comida que nos parece estranha e que somos motivados a experimentar até grandes reformulações em atitudes e hábitos negativos. Ao conviver e observar recebemos a oportunidade de comparar e avaliar aquilo que agrega mais ou menos qualidade à nossa vida. É uma espécie de "benchmarking" natural. Observar, refletir, melhorar. E perceber mais uma vez que o prazer na vida reside nas coisas mais simples. No aconchego de uma cama quentinha, nos gestos carinhosos ou na partilha de uma refeição saborosa com as pessoas que amamos.

3 comentários:

Beth Blue disse...

Estava pensando sobre como a gente ganha em conviver e observar o modo de vida de outras pessoas. De uma simples comida que nos parece estranha e que somos motivados a experimentar até grandes reformulações em atitudes e hábitos negativos. Ao conviver e observar recebemos a oportunidade de comparar e avaliar aquilo que agrega mais ou menos qualidade à nossa vida. É uma espécie de "benchmarking" natural. Observar, refletir, melhorar.

Se todos os imigrantes que vivem longe de seus países pensassem assim, suas vidas seriam muito mais fáceis. Eu aprendi com o passar dos anos a aproveitar o melhor de DUAS culturas. E hoje sou muito mais feliz.

Cacau! disse...

Ontem minha filha foi passar o dia com uma amiga e comeu salsicha, alimento (porcaria, sem dúvida) que rejeita em casa. Sonho com o dia que isso vai acontecer com o espinafre.

Barbara disse...

Oi,Lilly. Até hoje rola esse picadinho :) Semana passada fomos a Petrópolis e senti uma nostalgia. Lembrei da vez que viajei com vc e seus pais. A serração, a casa de 2 andares, os jogos, o cinema... StarTrek, não foi?! Memória não é o meu forte. Mas, lembro que chorei com a morte do Spoke. Concordo com vc, como é bom estar junto e poder compartilhar. Não consigo imaginar o isolamento... mas tem pessoas que não gostam de gente, fazer o que?! Confesso que já fui mais disponível, mais entregue ou participativa. Particularente, numa fase da minha vida, quando a internet e os chats ganharam força. Na época do Mirc, ICQ e skydome, conheci muita gente. Fazia contato virtual e rolava encontro real. Participei de vários grupos, todos muito diferentes, e foi muito legal. Época que joguei vôlei de praia, aprendi a correr grandes distâncias com um soldado do exército, voei de asa delta e ultra-leve, mergulhei, fiz rapel... Com cada um vivi momentos especiais e que dão sentido a vida. A vida é muito boa, as possibilidades são infinitas. Agradeço todos os dias por essa oportunidade!!! Super beijo, amiga.