quinta-feira, 23 de julho de 2009

Música e atemporalidade

Desde pequena tenho a sensação de me olhar no espelho e me sentir momentaneamente dissociada de minha imagem. Hoje estava no carro, vindo para o trabalho e como sempre ouvindo minhas músicas. Às vezes cantando, às vezes batucando ou quietinha, perdida nos meus pensamentos.

Fui invadida num certo momento pela consciência de quem eu era que mesmo sem se olhar no espelho, sabia que o íntimo não casava com a imagem. O que sinto nesses momentos é que a minha essência não tem idade e nem ligação direta com o meu corpo físico.

A música que eu ouvia era muito atual, música eletrônica, usando a tecnologia que eu tenho tido oportunidade de conhecer um pouco.

Eu não canso de me surpreender com a função que a música pode exercer na nossa vida. O prazer de ouvir, o prazer de executar, as lembranças que ela pode trazer e a mudança no nosso estado de espírito que ela pode provocar.

Hoje, escutando música no meu carro, me dei conta de uma sensação inédita. Eu percebi que ao me manter atualizada nas tendências musicais, eu acabo me sentindo parte do presente e do futuro, eliminando mesmo que por alguns instantes o peso negativo da idade. Sim, eu me senti muito jovem de novo, eu me transportei para uma época de sonhos e de inocência. Eu não era jovem no passado. Eu era jovem no presente.