"Só sei que nada sei"
- Sócrates como citado por Platão.
Longe de mim ser uma pessoa radical, dona da verdade. Confesso que já fui mais e posso até ser em momentos de conflito acalorado. Em geral busco o contrário: deixar as pessoas serem, julgar menos, evitar o conselho gratuito e não solicitado. Entretanto tem sempre aquele momento em que você se vê diante de alguém que desabafa e que em troca espera um conselho. E é quando a gente se vê na obrigação de dizer algo.
Fico pensando que a pior das características que uma pessoa pode ter quando pede um conselho é o orgulho exagerado. O orgulho que gera a arrogância e a incapacidade de aceitar a opinião alheia. A vontade de discutir, de entrar em atrito. Aquilo que a pessoa possui de mais forte e que deve ser trabalhado é justamente o que a cega e a impede de ver um caminho para a sua reforma íntima.
Duro é se ver no papel de dizer a esta que ela deveria ser menos orgulhosa, menos arrogante. Mais duro ainda quanto maior for o grau de amizade. Acaba virando aquela "saia justa". A gente percebe que a pessoa quer ser ajudada, queremos dizer a verdade mas não conseguimos porque pode virar briga, pode gerar mágoa afastando-nos do objetivo que é ajudar.
Bom, duro para mim que sou covarde nessas horas mas talvez não tão duro para todos. A gente tenta falar de um jeito sutil, a idéia não "entra", tenta falar de outro, inicia-se a discussão. Então chega a hora que a gente tira o time de campo e simplesmente assiste a pessoa se enfiando no lodo sem conseguir tirá-la de lá.
Se a pessoa não entende a mensagem é porque: não se permitiu entender tamanho orgulho ou não está preparada para entender ou até entendeu mas não quer aceitar. Nessas horas, a gente deixa por conta do tal do livre arbítrio. Querer ajudar não significa se sentir dono do problema e sofrer junto. Sofrer não ajuda ninguém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário