Quem, seja por interesse ou necessidade, já se embrenhou nas literaturas disponíveis a respeito de finanças pessoais, deve se lembrar que um dos ensinamentos básicos das cartilhas propostas, é o de prestar a atenção nos pequenos gastos.
Em linhas gerais significaria o seguinte: vamos supor que todo dia você tome um cafezinho para descontrair. Se o cafezinho custa três reais e você o toma todos os dias de trabalho, então na semana isso representa quinze reais e no mês em torno de sessenta reais, o que ao fim de um ano, somaria aproximadamente setecentos e vinte reais.
O conceito seria listar os gastos feitos, atribuindo valores e propondo cortes e repriorização. A tendência que as pessoas têm é a de assumir vários pequenos gastos que "cabem" no orçamento e com isso, o salário se esgota no final do mês, impossibilitando projetos maiores como uma viagem ou a casa própria. Tem até aquela passagem do "Confessions of a Shopaholic" que exemplifica bem esse exercício, quando a protagonista, afundada em dívidas, resolve recorrer a um livro do tipo que eu citei. Enervante mas engraçado ao mesmo tempo.
Fiquei eu filosofando ao estilo "mesa de boteco" hoje. Vai tentar praticar uma "vida simples" na cidade de São Paulo e optar por caminhar no lugar de usar o carro. Veja que aqui não estou sendo política e nem abraçando causas impossíveis. O que me chamou a atenção, mesmo que óbvio, dessas obviedades que nos arrebatam em determinados dias, foi que faixas de pedestres são meramente decorativas. Não estou me referindo às faixas das principais avenidas e cruzamentos. Estas sim tem função, que é a de multar o motorista indisciplinado ou distraído que ousar ficar em cima delas no momento em que o sinal fecha. Mas as faixas nas ruas secundárias, nas centenas de ruas de bairro, essas, que deveriam ter a principal função de auxiliar o pedestre, em verdade são totalmente alegóricas.
Daí, deriva que o pedestre tem que se treinar na arte de atravessar a rua. Saber aproveitar aqueles segundos entre um sinal e outro em que dá um tempinho de correr, tomando o cuidado de não ser pego por um motoqueiro que é muito mais rápido e menos respeitador dos sinais. Sim, torna-se uma arte ou um esporte, nem sei bem direito. Bobeou, é lançado da curva, exatamente como um atleta olímpico. Triste mas verdadeiro.
De pensar que as faixas são "de enfeite", pus-me a imaginar, apenas imaginar, pois não teria competência para atribuir os devidos valores, na economia que a prefeitura teria em não pintar mais as faixas que não servem para nada. Sim, se está escrito no código de trânsito que o motorista deve parar na faixa para o pedestre atravessar, isso não é mesmo respeitado por ninguém. E quem tenta cumprir a regra, leva buzinaço na traseira.
Enfim, fiquei eu imaginando se melhor não seria aceitar que a regra não é cumprida e economizar os milhares de reais de tintas, provavelmente especiais por refletirem a luz, mão de obra, sinalização de obra, e todos os outros custos envolvidos que eu não consegui vislumbrar.
Quem sabe assim, não sobraria dinheiro para fazer projetos mais urgentes ou úteis.
Cansativo, né?
2 comentários:
Pense numa verdade? essa da faixa!Todo mundo sabe sua utilidade e ninguém usa, a não ser mera tentativa de ser respeitado!
Adorei o texto, muito bom mesmo!
Cansativo é, mas vale a pena ficar de olho nas finanças!!! Eu já fui melhor nisso, mas hei de voltar a ter a disciplina do passado.
Beijos,
Bela - A Divorciada
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