quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Capitu

Citei num post passado o dilema de Capitu: "Traiu ou não?". E uma pessoa me respondeu que comentou sobre isso no outro dia. Foi então que me dei conta: quando li este livro, tinha por volta de uns 11, 12 anos. Pensei: o que uma jovem de 11 anos pode saber sobre clássicos ou sobre questões tão complexas? Aí me bateu aquela curiosidade. Eu me dei conta de que ler Dom Casmurro aos 11 anos não pode ser igual a lê-lo mais de 20 anos depois (ufa, disfarcei bem). Pois bem: lancei-me neste projeto. Estou relendo Dom Camurro. O que posso dizer até o momento:

1. Apesar de bem espertinha para a minha idade na época, tenho certeza de que não compreendi mais do que 40% do livro, devido à complexidade de vocabulário, referências e sutilezas.
2. Machado de Assis era mesmo bom pra caral... O cara tem uma ironia para descrever as coisas, uma sensibilidade... Muito bom.
3. Parei para pensar sobre a época. Quando eu era criança, os escravos pareciam algo tãããão distante da minha realidade. Agora me dou conta de que quando o meu bisavô nasceu, no Rio de Janeiro, no Engenho Novo, ainda havia escravos.
4. Até onde li (vou continuar amanhã), o Bentinho ainda não foi para o seminário. E a Capitu está parecendo sim, ardilosa. Aos 14 anos a menina já tem uma malícia danada.
5. Aplausos para as cenas do muro e do penteado.
6. Mudam os tempos, os costumes, o tempo. Mas sentimentos são atemporais.
7. Adoreeei, o olhar de cigana dissimulada, de ressaca (tormenta).

Aguardem os próximos capítulos e o desfecho.

Em tempo: na minha época de colégio, fizemos uma encenação com um julgamento. Cada parte expunha os pontos do livro que indicavam se a ré (Capitu) era culpada ou inocente. Eu era contra a inocência de Capitu. Veremos mais de 20 anos depois se sustento a minha opinião.

2 comentários:

Cacau! disse...

Em minha visão romântica continuo incentando a Capitu...

Lilly disse...

Legal! Vamos debater depois... porque a polêmica só vem no final né...
bjos.