segunda-feira, 27 de julho de 2009

Essência, Alma


Muitas vezes eu me cobro coerência nas coisas. Naquilo que eu leio, estudo, acredito. Religião, filosofia, fico tentando encontrar uma linha de raciocínio que justifique as coisas e na qual eu possa acreditar.

Passei muito tempo achando que tinha me afastado disso tudo, dessas observações a respeito da vida, da origem de tudo, do sentido da vida. Não que seja obrigatório se preocupar com isso. A maior parte das pessoas vai passando pela vida sem se preocupar. Cheguei até a pensar várias vezes se essa "despreocupação" não poderia tornar a vida mais fácil, mais leve. Acho que a minha indagação sobre esses assuntos está ligada à lacuna religiosa que eu sempre senti.

Recentemente tenho assistido a algumas palestras espíritas. O que me agrada na doutrina espírita é que apesar dela ditar suas "crenças", ela nos induz sempre ao estudo, a compreender e conhecer antes de aceitar. Como diz uma grande amiga minha, é uma "fé raciocinada e não cega". E isso me agrada muito pois aceitar as coisas sem saber os motivos nunca foi a minha praia.

Surpreende-me que os estudiosos do espiritismo procurem passar em suas aulas conceitos que não são tão e somente ligados à religião em si. Muito tem a ver com filosofia e ciência. Freqüentemente são citados filósofos gregos, temas ligados à ciência genética. Mais especificamente, poderia comentar sobre o debate do outro dia, sobre o desenvolvimento de clones e o que os diferencia dos seres produzidos de forma natural: a vida, a inteligência, a alma, a essência.

Coincidentemente assisti com o meu filho um dia desses um documentário do Discovery Channel que falava sobre o esforço que os cientistas fazem para dar "vida" aos seus inventos. Alguns seguindo a linha de Inteligência Artificial, outros mais vanguardistas, se é assim que posso chamar, baseando-se na "Teoria do Caos".

Fico fascinada com tudo isso... astronomia, robótica, nanotecnologia, todos esses assuntos que eu tenho tido oportunidade de visitar. Mas não posso deixar de observar que no fim, pouco se sabe ainda com certeza sobre a origem da vida. Acumulamos muito conhecimento mas poucas conclusões concretas. Ou, pergunta para meus amigos espíritas: será que eu é que sou cética demais?

2 comentários:

Beth Blue disse...

Não diria cética mas curiosa. E curiosidade é bom! Vontade de aprender sempre mais, descobrir coisas novas.

Por falar em clones, se tiver um tempinho leia Never Let me Go do Kazuo Ishiguro. O livro tem uma linguagem poética e lida com um pouco de tudo isso. Comentei no meu blog tempos atrás.

Cacau! disse...

Estou longe de ser uma pessoa cética. Uma educação em colégio marista me fez questionar muitos dogmas do catolicismo, a maioria das explicações não me convencia. O que me encanta no espiritismo é justamente a simbiose da fé com a razão, a existência de uma resposta coerente (pelo menos para mim) às minhas indagações. Afinal sou pisciana com ascendente em áries!!!!!