quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Comida de Natal


De todas as comidas de Natal, a que não pode faltar para mim é a rabanada.

Quando eu me mudei para São Paulo eu ia sempre para o Rio no Natal. Mas teve um ano em que eu estava quase estourando de tão grávida (porque o meu filho nasceu no dia 15 de janeiro) e o Natal teve que ser comemorado aqui.

Minha mãe foi à padaria comprar pão de rabanada. Para sua surpresa, a atendente não sabia o que era isso. Explico: no Rio, somos muito influenciados pelo portugueses. Além da questão de termos origens da época do império, tem a chegada predominantemente de portugueses e espanhóis na década de 50. Creio que desde o império até os anos 60, os portugueses nunca deixaram de chegar, visto que eu tenho bisavó portuguesa (neste corpinho de japonesa). Voltando à vaca fria, até hoje, muita gente em São Paulo nem faz idéia do que é uma rabanada, já que a influência aqui é italiana.

Hoje, resgatei anos e anos de preparação de pratos natalinos (detalhe que eu detesto cozinhar) e amanheci cortando pão de rabanada (na espessura exata) que eu encontrei no mercadinho local de proprietários portugueses. Minha "ajudante" chegou e eu a ensinei a confeccionar as iguarias.

Às 10 horas da manhã eu estava degustando rabanadas frescas. Achei que era demais abrir uma garrafa de champanhe a essa hora, então contentei-me em acompanhá-la com um bom vinho tinto Cabernet Sauvignon (embora eu imagine que que o recomendado neste caso seria um vinho do Porto).

Será que é por isso que a minha criatividade subitamente reaflorou?

Receitinha rápida de rabanada:

Cortar o pão de rabanada "dormido" na espessura de um dedo grosso.
Colocar numa tigela leite adoçado com um pouco de açúcar.
Pegar cada fatia e mergulhar no leite sem empapar demais. Colocar a fatia molhada numa forma.
Bater ovos com um pouco de açúcar numa tigela.
Esquentar bem o óleo para fritura.
Uma a uma, passar a fatia molhada no leite no ovo dos dois lados e colocar na frigideira quente.
Depositar a rabanada num prato com papel toalha para retirar a gordura (melhor que não fique muito gordurosa).
Após fritar todas as rabanadas, misturar numa vasilha açúcar e canela até ficar numa cor entre a do açúcar e da canela.
Uma a uma, passar a rabanada morna na mistura e arrumar numa travessa.
A mistura de açúcar e canela que sobrar, deixar num recipiente com colher para que a pessoa ao comer possa aproveitar para polvilhar na rabanada.

Sugestão: comer à tarde, antes da ceia, à noite, depois da ceia e na manhã do dia 25. Não importa que com isto você esteja ingerindo umas 3000 calorias.

8 comentários:

Cacau! disse...

São Paulo é mesmo outro país!!!

Lilly disse...

Menina... se a gente for falar de vocabulário então... mas acho que já sou mais paulista do que carioca...

Barbara disse...

Este ano resolvi inovar e fiz rabanada de forno e de vinho. A rabanada de forno é muito fácil, rápida e muito menos calórica :) Não vai o ovo e nem o óleo da fritura. Minha mãe adorou, vc pode imaginar?! E a de vinho tinto foi em homenagem ao meu pai. Ele também gostou, mas ainda não acertei o ponto exato. Acho que da próxima vez dá para ficar melhor :) Mas essa é extremamente calórica. Além do vinho leva muito, mas muito açúcar. Feliz Natal para você e sua família!!!

Lilly disse...

Hummm... deve ter ficado ótimo!
Eu já comi a de vinho mas nunca fiz... para falar a verdade, prefiro a de leite mesmo... Tava tentando lembrar no outro dia o nome daquele pão com linguiça que a sua mãe fazia... deu branco total!

Barbara disse...

Rsrs... Fular. A rabanada de vinho leva o nome de "espera marido". Engraçado, né?! Super beijo ;)

Cacau! disse...

Ah... Minha alma carioca ficou triste...

Lilly disse...

Ai Babi, é isso mesmo! Não conseguia lembrar...

Cacau, estou em SP há quase 14 anos, o que vc acha disso? Virei um ser híbrido.... rsrs

Cacau! disse...

Tá bom... Mas 14 anos é menos de 50% da sua vida, você podia ser pelo menos meio-a-meio...