Estou chegando à conclusão de que essa relação que a gente tem com os sonhos é coisa de família. Porque tem gente que fala que não lembra dos sonhos, ou que sonha em preto e branco. Eu sempre lembrei muito dos meus sonhos. E pelas postagens anteriores, já ficou evidente que são coloridos.
Hoje quando acordei, minha filha estava dormindo comigo. Eu nem vi a hora em que ela foi para a minha cama. Levantei-me da cama e ela, ainda de olhos fechados me disse (já com aquele volume de voz na altura e velocidade aceleradíssima para falar que lhe são peculiares):
- Mamãe, sonhei que o N. estava colocando a boca no bolo. Era um bolo branquinho com uns morangos. Devia ser um bolo muito gostoso, né mamãe? (Isto, esticando o lábio inferior para a frente, como quem tocava o bolo).
Eu concordei que devia ser gostoso.
No outro dia estava conversando com um amigo sobre os sonhos. E ele me dizia que acha isso tudo de interpretação uma bobagem. Na verdade, creio que ele quis dizer interpretação como se fosse uma coisa meio mística ou premonitória. Eu disse para ele que o que me fascina nos sonhos é o fato de que a nossa mente produz uma estória completamente nova enquanto estamos dormindo, como se ela tivesse vontade própria. Os estudiosos tentam ligar estas imagens aos fatos do nosso cotidiano que nos marcaram ou àquelas questões que andam soltas no nosso inconsciente. Se essas teorias são corretas, ou não, nada muda o fato de que eles se auto-produzem enquanto dormimos.
2 comentários:
Sim! Nada muda e sabe por quê? Porque quem confere sentido às coisas, conscientemente, somos nós.
As coisas que fazemos involuntariamente, como sonhar, por exemplo, têm sentido porque nós produzimos ele depois. Essa é a graça.
Ótima observação. Não tinha pensado sobre isso. A gente tem mesmo essa necessidade de dar sentido... Mas a gente não fica lembrando o tempo todo que respira né?
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