terça-feira, 18 de novembro de 2008

Vicky Cristina Barcelona


Eu gostei.

Eu estava desde ontem ensaiando para escrever sobre o filme. Certos assuntos eu fico digerindo durante dias porque quero falar mas não sei muito bem por onde começar. Como li hoje uma crítica num blog em que a pessoa não gostou do filme, resolvi me manifestar.

Eu gostei dos atores, das inúmeras tomadas de Barcelona. Eu estive em Barcelona em Maio deste ano e o espírito é exatamente esse. Gaudí é referência constante. As ruelas do Born, do bairro gótico. A impressão que a gente tem de estar o tempo todo tomando vinho e comendo tapas. Lamento não ter ido ao Parc Guell. E a Sagrada Família é realmente impressionante. A cidade emana cultura e criatividade: nas construções, na decoração e na moda. E tudo isto está no filme.

Mantendo-se fiel a alguns elementos constantes em seus filmes: a obsessão por uma determinada atriz, a queridinha do momento, como já foi Diane Keaton, Mia Farrow e agora Scarlett Johansson, os diálogos nervosos, as complicações amorosas. Adoro quando determinado personagem encontra outro e durante alguns segundos a câmera concentra-se somente na pessoa que foi surpreendida e a gente anseia para ver a reação do outro personagem mas ele adia até o último instante (isto foi algo que eu já tinha notado mas só me dei conta neste filme). A trilha sonora é interessante como sempre. Tem algo de Almodóvar, de Volver, na cena do violão. O colorido é bege-dourado. Como Barcelona inteira.

Claro que Penélope Cruz rouba a cena. Javier Bardem é o "xavequeiro" do pedaço. Aquele cara que se aproveita dos momentos de carência e se utiliza dos clichês para ganhar a mulherada. O tipo falso sofredor. Dentro da situação, a gente já sabe o que ele vai dizer. Está no perfil psicológico. E María Elena é a essência, o verdadeiro talento, a referência. E nas discussões, natural que seja abandonado o polido tom nova-iorquino para o tom escandaloso espanhol, recheado de "conhos", "mierdas" e "puta-qualquer coisa", coisa que Penélope personifica de maneira triunfal. E a trama se complica e a gente imagina um modo de vida meio à la Picasso.

Pronto. Não sei se me expliquei. Mas falei.



3 comentários:

André Lima disse...

Tá, vou assistir!

Menina, esse blog tá bem interessante. Não nos conhecemos, mas vou colocá-lo entre meus favoritos, espero que não se importe...

Abraço e continue se cuidando.

Lilly disse...

Oi André!

Muito obrigada! Vou ficar lisonjeada de participar dos seus favoritos!

Abração!

Beth Blue disse...

Também gostei do filme, mas não é o meu Woody Allen favorito. E sim, o filme é a cara de Barcelona! Comentei sobre esse e muitos outros filmes no meu blog, passa lá!