quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sobre elevadores

Eu estava lendo uma historinha do Felipe no Presente a limpo passada no elevador. Eu me lembrei de alguns fatos de quando me mudei para um prédio com elevador quando tinha uns 7 anos de idade.

De início, usar o elevador foi uma experiência assustadora. Eu que até então subia 3 lances de escada para chegar até o meu apartamento antigo, tive que superar a experiência de pegar um elevador. Afinal, quem é que nunca tinha ouvido histórias amedrontadoras de elevadores caindo ou de pessoas que abriam a porta e caiam direto no vão do elevador, né. Fora ficar preso no elevador, que também era uma possibilidade aterrorizante.

Eu que sempre fui baixinha, precisava me esticar para apertar os botões. Por sorte eu conseguia alcançar bem o meu andar que era o 5o. Ir para os andares das minhas amigas já era uma tarefa mais árdua porque uma morava no 9o. e a outra no 12o. E por falar em 12o. Isso também era muito assustador. A casa de máquinas ficava dois andares para cima, chegava-se até ela através de uma escadinha que saía do 13o.andar que por si só já dava aquele toque de terror. Não sei se todo mundo sabe que uma casa de máquinas (pelo menos daquele tempo) faz uns barulhos bem ao estilo de "Os outros".

Veja quantas fantasias a mente infantil é capaz de criar. Eu não sei porque mas criança consegue ser bem cruel. Por mais que a gente tivesse medo, sempre fingia que não e tentava amedrontar os outros com as histórias que havia ouvido.

Certa vez, entramos no elevador, eu e minhas amigas e no chão tinha uma caixa de camisa. Sabe aquelas caixas retangulares onde a camisa fica guardada dentro de um plástico, com o colarinho e o punho bem fixos por alfinetes e barbatanas? Pois é. Era meio da manhã, horário que a fome já começava a bater. Descíamos do 9o. andar e vimos a caixa. Era comum as pessoas colocarem as coisas no elevador para outra pessoa pegar em outro andar. Crianças que éramos e meninas, curiosas, abrimos a tal caixa. Que para nossa surpresa e felicidade estava abarrotada de salgadinhos. Coxinhas, empadas, croquetes, salgadinhos desse tipo. E quentinhos. Claro que não tivemos dúvidas e enchemos cada uma a boca com um tanto de salgadinhos. E a caixa seguiu elevador abaixo quase pela metade.

Um tempinho mais tarde, bateu o medo. E se os salgados estivessem envenenados? Imagina se criança, que tem medo de elevador e da bruxa da Branca de Neve não ia uma hora ou outra chegar nessa conclusão né?

Bom, o fato é que ninguém morreu e os salgadinhos com certeza estavam deliciosos. Com um gostinho a mais por serem proibidos.

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