Bom, com essa história do salgadinho e dos bloggers se confessando por aqui, eu resolvi contar uma que guardava há muitos séculos. Nem sei se vai ter muita graça porque é o tipo de situação que só vendo para entender.
Eu tinha uma amiga por volta de uns 14, 15 anos com quem acontecia uma coisa meio irritante. A gente de vez em quando dava de gostar do mesmo cara. Nesta ocasião em particular, cada uma tinha um target diferente. E nos unimos no mesmo objetivo, numa missão.
A gente estudava em frente ao Maracanã. No final de semana anterior, a gente tinha ido numa matinê de um clube do bairro, local que frequentávamos em domingos alternados. Acontece que batendo papo com os "targets" na matinê, descobrimos que durante a semana eles iam participar de uma prova de ingresso a uma escola militar.
Pensando em como nós duas éramos, creio que a idéia só pode ter sido minha, porque eu sempre tive muita imaginação. Combinamos de depois da saída do colégio andar por dentro do Maracanã (que a gente conhecia bem porque frequentava umas aulas de natação e ginástica olímpica por lá) e achar o local da prova para encontrar os nossos amigos. Andamos pelos portões até que encontramos o portão de entrada. Vou dizer que a passagem pelo portão já foi suficientemente constrangedora. O que a gente não calculou é que num concurso onde são oferecidas centenas de vagas, o número de participantes é algo na casa dos milhares. Então tivemos que atravessar por aquele portão, de dentro do Maracanã para a calçada de fora, de cabeça baixa, pois tratava-se de um concurso exclusivamente masculino. Presenças femininas no máximo eram de umas mães perdidas por lá.
Passado o sufoco do portão, pasmem: encontramos os nossos amigos. Encontramos, papeamos e resolvemos voltar por fora do Maracanã para evitar o constrangimento do portão novamente. O lado do Maracanã era o que dava para a UERJ e a gente tinha que voltar para uma das ruas que dava acesso para a Rua S. Francisco Xavier.
Seguimos caminhando pela calçada e nela há um ponto em que ela fica muitíssimo larga, com uma grande passarela que se não me engano, vai para o metrô ou atravessa para a UERJ, não sei ao certo. A passarela estava inteiramente tomada por meninos sentados, aguardando o início do concurso. Comentamos entre nós a quantidade de "gente" que havia ali, novamente muito envergonhadas. Não bastasse a nossa vergonha pelas gracinhas que já tínhamos escutado no maldito portão, quando chegamos mais ou menos no meio do caminho para a "liberdade", bem em frente a tal passarela, um desgraçado resolveu levantar, apontar para nós e instigar os outros que estavam sentados por ali. Resultado? Centenas de garotos levantando, apontando para nós, aplaudindo e assoviando.
Saímos correndo de lá, tomadas pela vergonha e pelo medo de sermos descobertas por nossos pais. O normal seria chegarmos em casa por volta de meio-dia e meia. Naquele dia chegamos pra lá de uma hora da tarde. Meu pai era muito bravo e ficava em casa durante o dia porque ele trabalhava de madrugada. Eu nem me lembro qual foi a desculpa que inventei. A única coisa que me lembro é que rezava para que o carro da Globo que andava por lá, com repórteres entrevistando os candidatos não tivesse presenciado a cena e nos registrado no RJ TV....
2 comentários:
Vem cá.. vc aida ta no RJ? Que é pra eu passar longe!rs
hehehe... não tô mais não... pode ficar tranquilo!!
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