Começa cedo, creio eu. Deve ser na infância que começamos a criar a nossa lista de quesitos para o sucesso ou insucesso. Sim, podemos ser muito cartesianos em se tratando de avaliação pessoal.
Quando a gente conversa com alguém num momento de auto-piedade e auto-comiseração, a gente observa essa lista aparecendo. A importância de cada tópico desta lista é atribuída segundo percepções pessoais. A pessoa se coloca numa competição invisível com ou sem parâmetro (leia-se por parâmetro, outras pessoas) para comparação. E em geral, o resultado é falha.
Pior do que isso é valorizar um único ponto de aparente falha diante de tantos outros conquistados. Parece que a gente tende a sofrer de uma amnésia quando estamos em crise. Se não tomamos cuidado, lembramos só da parte ruim e esquecemos das boas.
Outra coisa que observo é que ao longo do nosso desenvolvimento, nem sempre a nossa visão pessoal muda em relação a essa lista imaginária. Muitas vezes aquilo que considerávamos inadequado no passado já foi superado mas ao fazer o "checklist", a gente não consegue avaliar corretamente o status real diante do quesito listado. E atribuímos falha para algo que na verdade já ganhamos o "ponto".
Bom é quando passamos a enxergar nossas conquistas e atribuir corretamente os resultados. Nesse momento arriscaria dizer até que certos quesitos deixam de figurar da lista pois passam a ser conquistas reais e que jamais serão perdidas. Muito bom quando essa lista diminui. Tirando-nos dessa cansativa e muitas vezes inútil competição invisível. Competição que somente nós conhecemos, notas atribuídas por nós, competição que não tem ganhador ou perdedor a não ser dentro das nossas mentes.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Competição invisível
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4 comentários:
Belo assunto abordado... Complexo né? Eu acho muito tênua e linha que separa a arrogancia da segurança, então, ao tentarmos nos preocupar primeiro com nossas conquistas, temos que nos atentar a esse detalhe. "Nao se auto congratule demais, nem seja severo demais com voce mesmo..."
É verdade, Felipe. Esse é um fato a ser lembrado mesmo. Mas as pessoas parecem estar em extremos. Ou se "acham" demais ou se depreciam demais. Escrevi esse post pensando mais no segundo grupo, no sofrimento desncessário ou nas atitudes ruins que são motivadas por insegurança... Acho que a real auto-congratulação dentro desse contexto é aquela que nós percebemos internamente e que não precisa ser dita para mais ninguém. A não ser que seja para ajudar o outro com a nossa experiência.
eu sempre faço isso, ficar me comparando com os outros...
ontem mesmo fiz... sempre fico mto mal... meu grau de exigência comigo mesmo é extratosférico... :(
bjoks,
Tessa.
é Tessa. Com o tempo, se a gente tiver mente aberta, deixa de fazer isso. Acho que é só com a experiência mesmo. Tenho tido oportunidades de perceber como sou hoje e como fui há 10 anos atrás. Outra pessoa!
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