segunda-feira, 23 de março de 2009

Analisando o medo

É fato que existe aquele medo, instinto básico, que segundo os estudos se torna necessário para a nossa defesa própria. Diante do perigo, a adrenalina sobe e a gente tem reflexos que visam a nossa proteção.

Existe também um outro medo, aquele que ao contrário do primeiro, pode mais atrapalhar do que ajudar. Ele pode aparecer na hora de tomar uma grande decisão, de enfrentar o desconhecido. Também se insinua na nossa mente quando nos deparamos com situações que nos remetem a fatos antigos, coisas que não sairam exatamente como planejadas e que nos fizeram sofrer.

Se no fundo a gente reconhece que as coisas nem sempre acontecem do mesmo jeito ou que a gente não tem certeza do que vem no futuro se não tentar, tudo bem. Porque nesse caso, a gente ainda consegue reverter a situação. Calcular o risco e seguir em frente. O problema é quando o medo se torna paralizante, quando ficamos escravos do passado, achando que as situações se repetem e que não é possível escrever um novo roteiro com um final diferente.

Esse medo, cruel, nos atormenta dentro da nossa própria mente, enviando-nos pensamentos nem sempre verídicos. Ele nos turva a visão e impede que a gente enxergue as coisas como elas são. É comum nesse contexto que a gente acabe se atrapalhando, metendo os pés pelas mãos, agindo de forma distanciada da nossa vontade simplesmente porque a gente não consegue mais distinguir a verdade da imaginação.

E na dúvida, mesmo não querendo, a gente se deixa momentaneamente vencer pelo medo, acreditando que uma hora ele vai passar. E ainda bem que para quem acredita, uma hora passa.