terça-feira, 3 de março de 2009

Quando foi que a minha vida virou um to do list?

Um dia, desesperada com a quantidade de incontáveis tarefas não cumpridas que eu tinha no meu "to do list" mental, eu me dei conta: "eu não tenho um to do list. Eu vivo um to do list". E nos intervalos, faço aquilo que importa.

Fiquei analisando a minha vida, pensando nas coisas que eu fazia e no que provocava tantas tarefas. Foi então que eu me dei conta de que temos que buscar um modo de vida mais simples. Não me levem a mal. Não é hipocrisia, quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa bastante consumista e bastante ligada a bens materiais e pode ter essa impressão. Mas a conclusão que eu cheguei é que quanto mais materialistas nos tornamos, mais atarefados ficamos.

Por isso, depois dessa constatação, passei a olhar a minha vida de uma forma diferente. Esclareço: não é porque a gente constatou algo que consegue mudar de um dia para o outro. Acho que mais importante do que promover mudanças radicais na nossa vida, é identificar pequenas mudanças e fazê-las constantemente. Eu tive algum chefe um dia que chamava isso de "trabalho de formiguinha". Fazer um pouquinho, todo dia, sem cansar.

Voltando ao assunto do quanto o "possuir" nos gera trabalho. Vou dar alguns exemplos.

A partir do momento que compramos um carro, veja a quantidade de tarefas que ganhamos: contratar seguro, renovar seguro, pagar ipva, fazer inspeção veicular, trocar óleo, verificar água e calibragem dos pneus, reparar eventuais defeitos. Há quem queira ter mais de um carro. Então multiplique esse número de tarefas por 2 ou mais. Compramos um apartamento, tem todas as contas a pagar, reunião de condomínio, reparos, reformas. Sabe aquela decoração bacana, cheia de luzinhas para todos os lados? Lâmpadas e lâmpadas a comprar e trocar. Cortinas para lavar. Contrata-se empregada: assinar carteira, recolher INSS e FGTS, calcular férias e 13o., eventuais demissões e recontratações.

Resolvemos comprar aquele super celular. Tem que instalar software de sincronização, aprender a usar os recursos do celular. TV a cabo, banda larga, mais contas para pagar (neste mometo nem estou falando do peso financeiro, mas das tarefas mesmo. Vencimentos para lembrar, agendamentos). Aí o serviço resolve não funcionar um determinado dia. São dias de brigas pelo telefone e recebimento de técnicos. Aparelhos eletrônicos, todos gerando mais funções a conhecer, instalações e defeitos.

Roupas, sapatos, livros, CDs, mídias de todo tipo, objetos de decoração. Tudo isso gera: arrumação, limpeza, aquisição de locais para armazenagem. E todas as sub-tarefas derivadas disso.

Tem gente que tem hobby que vira obrigação. A pessoa se envolve no dia-a-dia, não dá conta de tocar o hobby e internamente se cobra por não conseguir dar prosseguimento.

Animais de estimação. Quase como filhos. Limpeza, alimentação, veterinário.

E olha que nem falei de filhos ainda. Vou me abster de falar de filhos por que filhos valem a pena e não sei se posso sem querer passar uma imagem contrária. Mas mesmo no quesito filhos, há coisas a refletir. O nosso papel em priorizar educação e valores no lugar de consumismo e materialismo que por sua vez podem vir a gerar ainda mais aborrecimento. E observe-se que aquele dito popular de que quem cuida de um, cuida de dois, é a maior mentira. É trabalho dobrado sim.

É isso aí. Pausa para reflexão. O que você tem de excesso na sua vida?

2 comentários:

Pat Ferret disse...

No momento, problemas médicos. Pura PDV! :-PPPPP

Anônimo disse...

No momento, falta de emprego... aff

nossa, vc só aumentou minha vontade d morar num flat e ter um motorista particular que o carro seja dele ahuaahauahauahauahauahau

em breve chego lá... assim espero


bjs,

Tessa.