sábado, 14 de março de 2009

Short Cuts - Cenas da vida


Eu fui poucas vezes sozinha ao cinema. Na verdade, é um hábito que aos olhos de muitos pode parecer excêntrico mas quando fazemos, percebemos que pode ser um momento de grande satisfação pessoal. Eu particularmente nem gosto quando estou assistindo um filme, de comentar o que está acontecendo. Prefiro mergulhar mais na estória e comentar ao final, fora do cinema.

O filme que eu assisti quando fui sozinha pela primeira vez foi Short Cuts de Robert Altman. Eu tenho esse gosto por cinema cult e nem sempre encontro companhia para esse tipo de filme. Foi no Rio ainda, entrei numa sessão sábado à noite no cinema do São Conrado Fashion Mall me sentindo meio esquisita mas depois que o filme terminou, percebi que não havia nada de errado em cultivar esse hábito.

Robert Altman tinha esse estilo onde ele escalava um enorme elenco com nomes de peso e criava várias estórias paralelas que se entrecruzavam muitas vezes de uma forma que os personagens nem se davam conta. E em geral havia algo a ser revelado no final.

Lembro-me particularmente nesse filme de uma situação em que uma mãe encomendava um bolo de aniversário muito elaborado. Só que o aniversariante era atropelado de leve mas batia com a cabeça no asfalto. Ele chegava em casa e não contava para ninguém do acidente. Quando os pais percebiam que havia algo de errado e o levavam ao hospital, já era tarde demais e ele terminava por falecer. O confeiteiro do bolo, ao perceber que o bolo não era retirado, começava a ligar para a casa dos pais exigindo a retirada. Na medida em que ele ia percebendo que o bolo não ia ser retirado, ele se exaltava de tal forma que começava até a gritar e a insultar a mãe do menino nos recados que deixava na secretária eletrônica.

E é o que pode acontecer na vida mesmo: conclusões precipitadas. Ou não. Outras vezes, pode ser falta de consideração mesmo.

4 comentários:

Cacau! disse...

Lilly, muito pertinente essa colocaçao sobre conclusões precipitadas. Já sofri muito e fiz sofrer por conta disso. É importante parar e ouvir o outro antes de despejar impropérios.

Lilly disse...

É Cacau. De todo o blá-blá-blá que eu fiz para camuflar, vc conseguiu entender exatamente o ponto onde eu queria chegar. ;)

Lilly disse...

Complementando: estou doidinha para pensar o pior (conclusão precipitada) mas torcendo para que seja um mal-entendido.

Cacau! disse...

Easy, girl...