sexta-feira, 27 de março de 2009

Homem e Deus

Estava hoje ouvindo uma música no carro, "Fix you" do Coldplay:

When you try your best but you don't succeed
When you get what you want but not what you need
When you feel so tired but you can't sleep
Stuck in reverse.

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone but it goes to waste
Could it be worse?

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

And high up above or down below
When you're too in love to let it go
But if you never try you'll never know
"Just what you worth"

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

Tears stream, down on your face
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face and I...

Tears stream, down on your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face and I...

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you.

Eu não entendo praticamente nada de filosofia, entretanto estava humildemente refletindo sobre esta música hoje. Não sei se é essa a intenção mas eu noto nessa letra um certo cunho religioso. Fora que no fundo dela, tem um órgão de igreja. Várias canções desse álbum versam sobre "estar quebrado" e "necessitar de reparo".

Posso dizer que escuto sem descanso esse álbum há uns 7 meses mais ou menos. Está claro que não é por acaso. Intimamente, apesar da minha aparência frequentemente alegre e forte, sinto-me como se algo tivesse quebrado por dentro. Crenças, convicções, sonhos. Pelo menos não quebrou a esperança. E posso afirmar que isso certamente faz com que eu me mova para a frente, mesmo que às vezes não vá para a direção certa.

Houve um tempo muito lá atrás onde eu me interessava pelo mistério da vida. Eu lia muitos livros ligados ao espiritismo, astrologia, algo de filosofia, mas sempre direcionado de alguma forma ao religioso. Era a minha necessidade de alimentar uma base religiosa inexistente em mim, uma busca empírica por Deus.

Depois que entrei para a faculdade e comecei a trabalhar, sinto que comecei a me afastar gradativamente disso tudo. O motivo eu não sei explicar. Talvez seja porque a minha área de atuação exija muito pensamento lógico e objetividade. A pressão por performance e atendimento de prazos é algo quase humanamente insuportável. Pois eis que um dia acordei e me senti praticamente atéia.

Eu sou uma pessoa muito espontânea. Não sei fingir sentimentos. Sou passional, extremada. E infelizmente percebo que ainda é muito difícil para mim entregar-me com a convicção e honestidade que eu gostaria a Deus. Sim, eu acredito em Deus. Mas tenho dificuldade em lidar com ele. Acho que é natural para pessoas que enfrentam grandes dificuldades, terem pensamentos em relação a isso. Simplesmente porque em determinadas ocasiões, os problemas são tantos, a confusão mental chega num ponto que dá vontade de jogar a toalha. Entregar a solução na mão de alguém e simplesmente ansiar para que ele possa nos dizer: "I can fix you".

Voltando à filosofia em si, acho que a minha angústia e a minha curiosidade em entender o que acontece comigo, não é exclusividade minha. Eu fico aqui elaborando de uma forma muito simplificada. Mas acho que temas como: Teocentrismo, Humanismo, Hedonismo, tudo isso de certa forma está ligado ao que eu fico pensando.

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