segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Esse post é para o Anderson

Vocês devem estar se perguntando: quem é Anderson? Anderson, é um profissional de saúde. Plantonista da madrugada de uma UTI. Tive a oportunidade de acompanhar o seu trabalho por algumas horas. A gente se pega quase todo dia reclamando de coisas. Coisas mínimas se compararmos com o que vou falar agora.

Tem pessoas, como o Anderson, que lidam todo o dia com o sofrimento humano. Doenças de todo o tipo, gente chorando, gente desesperada, risco de contaminação, presenciam óbitos, limpam, trocam curativos, controlam o horário dos medicamentos. E eles fazem isso tudo com amor. Quem disse que amor incondicional é só de mãe? Amor incondicional existe, mesmo sem ser de mãe. Meninos, eu vi.

Eu queria citar outros nomes. Mas já esqueci. Como esqueci, invento. Que esta seja uma homenagem a todos os que eu conheci e aos que também não conheci. Teve a Sueli e a Vilma, sempre sorrindo, palavras amigas e de incentivo, a mocinha grávida que trabalha no pronto-socorro, checando o soro, olhando por cada um. O Anderson me inspirou, me fez colocar para fora esta emoção pelo capricho, a competência, e principalmente o carinho. O Anderson se apresentou, perguntou o nome de todos, preocupou-se com o conforto, com a posição, em melhorar a dor, em trocar a fralda. Orientou, fez força para entender as palavras confusas, cobriu, nutriu, tranquilizou. Falou como eu falava com os meus filhos, quando eram bebês. Amor incondicional.

Queria saber qual o mistério desta vocação. Lembremos do Anderson na próxima vez que buzinarmos para quem está distraído pensando na vida. Quando respondermos mal ao colega que nos fez uma pergunta. Quando nos impacientarmos com qualquer coisa que dure menos do que 5 minutos, porque amigos, creiam-me. As horas numa UTI não passam. A dor de uma UTI não passa. Só pessoas como o Anderson é que trazem um pouco de conforto para esse sofrimento que parece que não termina.

Um comentário:

Cacau! disse...

Salve o Anderson! Não é tão fácil encontrar pessoas assim. Muitos dos que lidam profissionalmente com a dor acabam desenvolvendo uma capa de aparente insensibilidade para não carregar todo aquelae sofrimento. É difícil chegar ao equilíbrio...