quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Resoluções

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

E tudo era branco...


Dada a proximidade do Réveillon e estando eu avessa ultimamente a aglomerações, restou-me ir à locadora e pegar um pacote de fim de semana (e eu ainda com essa história de não saber as regras da nova ortografia, onde vai hífen e onde não vai). Entre os filmes, o "Sex in the city 2".

Antes de mais nada, devo observar que a frase anterior, não sei explicar, me arremeteu em qualquer parte da mente à coluna do "Apicius", do saudoso JB. Linkei a definição de um blog achado no Google, não por ser seguidora (embora talvez até mereça seguir, devido à coincidência de afinidades) mas por pressa de não deixar escapar o momento. A lembrança não veio de imediato. Fiquei pensando: "quem era mesmo que eu lia assim?".

Comecei a assistir o filme e minutos após, tocada pelas belíssimas cenas do casamento gay que se inicia, tive um daqueles "insights". Segundo os participantes até o momento, um casamento não poderia ser mais gay. Ironia ou não, vejo as cenas que se desenrolam, de um branco estonteante e músicas que evocam as lembranças de várias tardes passadas na companhia da "Sessão da Tarde" e seus musicais e me emociono.

Fiquei deslumbrada pelas músicas, pela beleza das cenas e resolvi dar um pause no filme para registrar A sensação. Talvez eu não consiga descrever com exatidão, o que foi exatamente que eu senti. Muitas vezes me faltam os adjetivos e os substantivos. Mas foi um misto de saudosismo com encantamento. Vejam o que as cenas provocaram em mim: tive que procurar no dicionário a tradução para "émerveillement" pois esta foi a palavra que me ocorreu e para a qual não conseguia um sinônimo em minha própria língua. Isso é indicativo da mágica que me envolveu pois me parece que as mesmas coisas que dizemos no português, se ditas no francês, não sei porque, soam mais bonitas.

Eu não sei se esse estado em que eu fiquei é indicativo de idade, se alguém mais jovem poderia se emocionar como eu me emocionei. Nem entendo como podem os gays, pelo menos os hollywoodianos, ter essa capacidade de potencializar as fantasias femininas infantis, regadas a belos vestidos, divinas músicas e castelos encantados. E de princesas. Também não sei dizer se o filme vai prosseguir tão bom assim. Só sei dizer que foi assim que eu senti e foi assim que eu quis dizer.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Natal chegou!


Quando eu era criança eu fazia questão de produzir a maior lista que conseguisse imaginar de amigos e parentes para enviar cartões de Natal. Creio que data daquela época a minha mania de escrever, pois não importava o tamanho da lista, eu sempre escrevia algo personalizado, nem que fosse apenas uma linha mas que não podia repetir para ninguém.

Na adolescência eu tinha pen friend, tinha prima que morava distante e tinha amiga que ia passar férias fora. Inventava o que fosse por uma oportunidade para escrever. E junto aquela ansiedade gostosa de imaginar se a carta ia chegar logo, se não ia extraviar e se a amiga ia gostar.

A internet tomou conta da vida da gente, rarearam as cartas e até os cartões de Natal. Para que mandar carta se tem e-mail? Alguns poucos românticos se mantiveram fiéis ao hábito. Outros, como eu, se afogaram na correria e o deixaram para o final da lista.

Certas sensações não mudam, são apenas esquecidas. Como a alegria que a gente sente, por mais que saiba que uma carta vai chegar, no momento em que ela efetivamente chega. Com um selo diferente, uma letra marcante, a mensagem amiga, aquele tantinho de papel que deu a volta ao mundo e veio parar na porta da casa da gente.

Obrigada Beth Blue pelo carinho e por me fazer relembrar.

Feliz Natal a todos!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Porque era Clarice...



Eu não sou muito de me emocionar mais com arquivos .pps porque são na maioria das vezes uma caixa de pandora: ou mensagens piegas demais ou imagens de gosto duvidoso. Ou tudo junto num arquivo só. E piora quando vem com uma mensagem de corrente. Mas vez por outra aparece algo que nos surpreende. Recebi um e o abri simplesmente porque se entitulava "Clarice Lispector".

Poderia observar o meu amigo André não serem todas as citações verdadeiras. Entretanto muitas são e nos encantam com aquela complexidade às vezes disfarçada de simples, outras carregadas de doce ou profunda melancolia, melancolia esta que nem sempre é benéfica mas que sempre se transfoma em algo de beleza estarrecedora.

O mais interessante ainda é que pude conhecer através deste arquivo algo que se chama Umbrella Art. Eu não sei definir exatamente se é um movimento estruturado como uma mostra programada ou se é uma ideia implementada por vários artistas em diversas partes do mundo. Procurei um pouco mas não me aprofundei na definição. Só digo que vale a pena conferir o site Crooked Brains, onde eles publicaram uma compilação de diversas instalações, como assim o chamam. A gente fica meio que voando na beleza das imagens, como se tivessem tirado Magritte das telas e transformado em realidade.

Como o momento é de final de ano, época em que vem um clamor por revisões do que passou e resoluções para o ano que se aproxima, fica para reflexão uma das citações que eu li e que de certa forma
combina com algumas coisas que andei dizendo recentemente:

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro". - Clarice Lispector.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sobre as mudanças interiores

Pincelei de leve no post anterior uma insatisfação comigo mesma. Existe um cansaço que nos atinge de tempos em tempos quando buscamos a nossa melhora interior. Melhora impalpável e impossível de medir. É fatigante essa tarefa de se observar, identificar o que precisa ser mudado e efetivamente implementar. Engraçado que nem estava naquele momento do post nesse estado de letargia. Mas lembrei dele. Porque sou possuidora de uma mente inquieta e inconstante, que num minuto está observando embevecida a forma como uma luz toca um objeto e no outro está sendo perseguida por monstros particulares e totalmente imaginários.

Se por um lado posso me torturar com o desejo de reforma e evolução, por outro, apesar do sofrimento, não consigo acreditar que seja se não correto, no mínimo saudável não pensar e nem almejar mudanças. Eu não prego o sofrimento. Mas olho com desconfiança tudo o que é fácil. Buscar o equilíbrio interior: sempre. Mas isso não quer dizer que não haverá esforço no aprendizado. Não quer dizer que eu não possa errar e tentar de novo de um outro jeito. E pelo fato de estar sempre atenta, acredito que os erros serão menores. Não estou dentro de um trem desgovernado que provoca acidentes irreparáveis. O que falo na primeira pessoa não é privilégio meu. É direito adquirido por todos, desde o nascimento.

Eu estava lendo o post da Pri no Devaneios e Metamorfoses e me deu vontade de expressar o quanto precisamos ser mais condescendentes conosco de tempos em tempos. Não dá para entender o passo da mudança. Mas eu tenho a certeza de que ela ocorre no tempo certo.

Eu tenho um lado espiritualizado independente de crença. Bom, vamos dizer que eu tenho uma tendência religiosa. Mas o meu lado excessivamente lógico me impede de abraçá-lo com entrega e sinceridade. Eu sinto que o clamor religioso nos atinge com o tempo, quando percebemos que na vida muitas coisas não conseguimos explicar mas que precisa haver um sentido em tudo o que vivemos. E que se a gente não sabe exatamente qual o sentido, fica mais fácil nomeá-lo como Deus até que a gente descubra o que é de verdade. E percebi que existe beleza na luz. E que todos somos atraídos por ela.

Devido a esse lado espiritualizado, desenvolvi um hábito de ler todo dia, antes de dormir, textos de meditação. Durante algum tempo foi um livro psicografado por Chico Xavier, do espírito Emmanuel, chamado "Meditações Diárias". Depois que eu quase decorei o livro e aproveitando a coincidência do comentário de uma amiga, passei a ler "Abrindo Portas Interiores" de Eileen Caddy. O ritual consiste em abrir aleatoriamente uma página, ler a mensagem e refletir sobre ela. E existe um misto de surpresa e certeza em reconhecer que 99% das vezes a mensagem é exatamente a que a gente precisava ouvir. É um hábito quase adolescente, para pessoas céticas como eu, mas que me nutre interiormente, quiçá até pela aceitação da inocência implícita no ato.

Para encerrar o post que já ficou longo demais, transcreverei a mensagem que li um certo dia e que me veio à cabeça quando li o que a Pri escreveu:

26 de fevereiro (são 366 mensagens diárias "recebidas" pela escritora):

"Algumas vezes o novo se desdobra tão devagar que não é possível perceber as mudanças que estão acontecendo, até que, de repente, elas já aconteceram desapercebidamente. Outras vezes é possível ver as mudanças se desenrolando passo a passo bem à frente dos olhos. Há vezes, ainda, quando acontecem coisas de um dia para o outro - como no inverno, quando você vai dormir à noite e na manhã seguinte está tudo coberto de neve. Você não teve nada a ver com o que aconteceu; tudo se passou de uma maneira miraculosa. O novo será revelado de muitas maneiras diferentes. Tudo que você tem a fazer é caminhar com ele, sem resistência. Mudanças não são necessariamente dolorosas. São inevitáveis  porque nada pode permanecer imutável; e se você consultar seu coração, você mesmo não irá querer que ele permaneça o mesmo."

Está chegando o Natal

Hoje é o último dia do mês. E amanhã começa dezembro.




Fui convidada a participar de um meme pela Tania do Elos e Nós. Eu ainda não respondi mas pretendo fazê-lo. O meme me fez pensar sobre algo que é recorrente em minhas análises. As perguntas do meme são aparentemente simples, como listar 7 coisas boas que a gente tem de bom e 7 que a gente tem de ruim. Digo aparentemente simples porque falar sobre algo que é bom ou ruim na gente não me parece dicotômico. Não consigo pensar que as coisas que eu tenha de ruim sejam sempre ruins ou que as boas sejam sempre boas. Às vezes o que a gente mais odeia na gente é o que nos ajuda em muitos momentos. Eu acredito no equilíbrio, mesmo que saber o ponto do equilíbrio seja tão difícil.

Eu aproveitei o gancho do Natal para lançar de leve essa reflexão, sem muita elocubração. Eu gostaria de ser uma pessoa simples no pensamento, de achar as coisas boas sem analisar tanto. Eu gostaria de não estar sempre perguntando para que, como, quando, se é certo, se é errado. Eu gostaria de me conformar mais vezes. Mas ao mesmo tempo, eu reconheço que grande parte do meu valor está em que eu seja muitas vezes complexa. Perceberam como é difícil?

Bom, então vem o convite que eu aceitei da Beth do Noites em Claro. Que eu resolvi ligar a esta reflexão de Natal porque o tema natalino em si não me parece simples. Todo ano a cidade é enfeitada, tiramos dos armários as árvores de Natal e embora eu ache tudo lindo, fico me perguntando o que tem a ver os bonecos de neve com o calor infernal que está fazendo ou os biscoitos de gengibre que a gente nem come. Mas como em tantas outras vezes, eu procuro deixar de lado o preciosismo e aproveitar o momento. E pensar que ser bonito é suficiente. Nos encanta, nos traz magia e sonho.

Bom, os cartões vistos acima, como eu ia dizendo, fiz por um convite da Beth. São scrapcards, ou seja, cartões feitos a mão com material de scrapbook. Minha máquina resolveu me deixar na mão, por isso a terrível qualidade de imagem que saquei com a webcam. Que não é do meu feitio. Mas decidi postar asssim mesmo, pela alegria de compartilhar algo que eu fiz. Fotos em detalhe abaixo.



Não vou dar os créditos completos mas gostaria de comentar algumas coisas. A árvore ao lado está com alguma dimensão; usei fita banana para levantar. E o desenho foi feito com carimbo.



As letras do "Feliz Natal" foram cortadas na máquina Cuttlebug e depois eu apliquei tinta relevo com glitter por cima. Essa é uma técnica que eu gosto muito de utilizar.

A árvore foi design meu. Gosto de criar figuras com formas geométricas. Apliquei-a num "tapete" e levantei com fita banana.

Os quadrados contendo o gingerman e o floco de neve foram cortados na Cuttlebug e eu utilizei a fita banana para dar dimensão.

As tags também foram cortadas na Cuttlebug e amarrei fitas cetim para dar mais charme. O botão foi realmente costurado no papel com linha de bordar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Texto lindo

Recebi de uma amiga um texto que me tocou profundamente porque sintetiza de forma poética, clara e coerente os sentimentos envolvidos numa jornada pessoal de progresso, onde a gente percebe o antes e o depois e reconhece que ainda tem a melhorar mas que já conquistou muita coisa. Fiquei tocada pelo texto e resolvi compartilhá-lo com vocês.

Na vida, nada é constante. As situações, os humores parecem ir e vir como as marés. Novos dias surgem como uma oportunidade de tentar coisas novas e deixar as ruins para trás, momentos difíceis nos tornam mais fortes e nos fazem crescer. E nem sempre a gente se ama de verdade. Mas que bom se pelo menos a gente aprende o que é se amar de verdade. Amando a nós mesmos é que conseguimos dar o melhor de nós para o mundo, para as pessoas. Isso é muito especial. E é o que todos deveriam perseguir.


Quando me amei de verdade,
Compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E, então, pude relaxar,
Hoje sei que isso tem nome...
AUTO-ESTIMA.

Quando me amei de verdade,
Pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional,
Não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades.
Hoje sei que isso é...
AUTENTICIDADE.

Quando me amei de verdade,
Parei de desejar que minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de...
AMADURECIMENTO.

Quando me amei de verdade,
Comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo,
Mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não esta preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é...
RESPEITO.

Quando me amei de verdade,
Comecei a me livrar de tudo o que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo.
De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama...
AMOR PRÓPRIO.

Quando me amei de verdade,
Deixei de temer meu tempo livre
E desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalônicos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é...
SIMPLICIDADE.

Quando me amei de verdade,
Desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes,
Hoje descobri a...
HUMILDADE.

Quando me amei de verdade,
Desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro.
Agora me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez.
Isso é...
PLENITUDE.

Quando me amei de verdade,
Percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar.
Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração,
Ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é...
SABER VIVER!

Não devemos ter medo dos confrontos...
Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas...

Texto de CHARLES CHAPLIN

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Meme dos 4

Hoje eu resolvi pagar minhas dívidas. Estou respondendo a um meme que a Beth do Noites em Claro me enviou há praticamente um mês atrás!

Bom, vamos às respostas:

Trabalhos que tive em minha vida

1. Bailarina (pode não ser de verdade? quando criança eu sonhava com isso todo dia).
2. Dentista (quando me dei conta de que vivia num mundo capitalista, o sonho mudou. Mas foi rápido).
3. Professora de inglês (esse foi por pouco tempo mas é de verdade!)
4. Analista de Sistemas

Lugares em que vivi

1. Rio de Janeiro
2. São Paulo
3. Canadá (durante um mês. Pode, né? Amei, queria ficar lá.)
4. São Paulo

Programas de TV que assistia quando criança (isso tudo criança, bem criancinha mesmo...)

1. Flintstones
2. Ultraman (ah, Pat, e você pensando que eu não curtia super-heróis, né? Na essência sim...)
3. Poderosa Isís
4. Mulher Maravilha (eu rodava igualzinho a ela. Pelo menos achava que sim.)

Programas que assisto

1. Glee
2. The Big Bang Theory
3. Two and a Half Man
4. Cold Case

Quatro lugares em que estive e voltaria

1. New York (de preferência uma vez por mês...)
2. Paris (a cada 6 meses)
3. Alemanha (queria ter ido a Berlin mas não consegui)
4. Canadá

Formas diferentes que me chamam

1. Lili
2. Li
3. Lilly
4. Lilis

(Criativo, né? Como fazer variações de 1 sílaba).

Quatro comidas favoritas

Gente, eu como de tudo! Mas nas preferências sou muito básica.

1. Queijo (de vários tipos... Brie, Edam, Feta, Chèvre, Minas, Prato, Muzzarela, e por aí vai...)
2. Lasanha!
3. Pizza!
4. Salada variada, com muitos verdes

Quatro lugares em que desejaria estar agora

1. Stars Hollow (cidadezinha onde se passa o Gilmore Girls... mas tinha que ser assim, no seriado,
se é que vocês me entendem)
2. McKinley High (só para fazer parte do Glee Club. De preferência sem refrigerante na cara...)
3. NY (fazendo umas comprinhas de Natal. Fútil!!!)
4. Dentro de uma cabeça tranquila. Sim, esse é o melhor lugar. É o que torna todos os lugares bons.

Espero que esse ano eu possa

1. Me firmar na minha nova carreira
2. Estudar muito
3. Publicar um livro
4. Conciliar isso tudo com uma boa dedicação aos filhos, praticando a filosofia "Slow".

Puxa, faz tanto tempo que todos já responderam, né? Então vou me arriscar e indicar pessoas que vou "pescar":

1. Amélie
2. B
3. Valéria Artes
4. Labelle

Selinho, que bom!!

Recebi já há alguns dias um selinho do Kilson, do Visão Estereoscópica. O legal é que apesar de que eu não esteja me dedicando tanto ao blog ultimamente, ainda assim eu fui premiada.
Muito obrigada, Kilson!

Olha como o selo é bacana:


Bom, e vamos às regras:

1. Exibir a imagem do selo no blog (como pode ser vista acima);
2. Revelar o link do blog que atribuiu o prêmio (ok!);
3. Escolher blogueiros para premiar e
4. Avisar os escolhidos.

Com certeza meus amigos blogueiros já foram premiados, mesmo assim vou indicar:

1. Beth do Noites em Claro
2. Albuq do Relacionamentos, Vida e Cotidiano
3. Pat Ferret do Fuça de Ferret
4. Val do Com Toda a Minha Alma
5. Tania do Elos e Nós

O selinho, além do reconhecimento, que é uma sensação ótima, traz a oportunidade da gente se reciclar, principalmente quem anda um pouco afastado como eu; de pensar em novos posts e ler o que perdeu.

É isso gente, vamos participar!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Seria a realidade real?

Estava assistindo um desenho em 3D neste final de semana e num certo ponto, onde os personagens parecem flutuar no meio da galáxia, eu fui acometida por um sentimento de confusão entre o real e o imaginário. Eu me dei conta, em milésimos de segundos, que a cada dia que passa, o homem torna real dezenas de ideias, situações antes somente imaginadas. Já não foi dito que grande parte das invenções se baseia naquilo que foi escrito em romances ou contos de ficção científica? Não consigo detalhar a minha estupefação, descrever com as palavras certas, mas naquele momento fiquei me indagando sobre a realidade deste mundo: como pode ser real um mundo em que a maioria das coisas que nos cerca é inventada? Somos nós frutos de nossa própria imaginação e vontade?

A Caixa


Eu vi alguns filmes neste final de semana. Fazia tempo que eu queria assistir "Um Olhar do Paraíso"("The Lovely Bones"). Devo dizer que não decepcionou mas também não entusiasmou. Fiquei com aquela impressão de que muita coisa ficou sem explicação e de que o livro poderia ter sido uma melhor escolha. Bom, eu sempre tive a política de não assistir um filme antes de ler o livro mas esse tem sido um hábito difícil de manter dada a velocidade dos lançamentos atualmente.

A melhor situação é quando a gente vê um filme sem expectativas e acaba se surpreendendo com ele. E isso aconteceu com o thriller "A Caixa". Aluguei-o esperando um filme daqueles nervosos onde pessoas correm e carros explodem e a gente quase nem consegue acompanhar com os olhos o que vai acontecendo. Para minha agradável surpresa, apesar de colorido, o filme que se ambienta na década de 70 tem um ritmo meio hitchcockiano e que me lembrou, apesar de eu não ter sido fã assídua, os episódios do memorável "Twilight Zone". Colorido bonito, diga-se de passagem, design gráfico impecável e um bom suspense permeado por trilha sonora envolvente. Valeu a pena.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Glory of Life - Mink

Glory of Life.

Sempre é bom começar o dia com um pouco de gratidão.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O medo e o caminho

Eu já tive muito medo. Medo de muita coisa, em geral.

Me peguei hoje analisando que medos, ainda os tenho, porém muito menos. E que o que me fez ter menos medo foi a experiência. Parece óbvio, né? Nem tanto assim. Muita gente vive uma vida inteira com medo.

Me ocorreu nessa reflexão que de uma forma bem simplista, essa superação é como a dos caminhos desconhecidos. Sem metáforas nesse momento: caminhos de verdade. Como quando a gente pega um ônibus ou vai dirigindo por uma estrada, e por dentro aquele desconforto, sem saber o que vem pela frente. Ao final da jornada, chegando seguro ao destino, a gente se dá conta de que o desconforto foi embora. E ao atravessar novamente a mesma estrada, o medo pode vir bem de fininho ou nem vir mais. Por que a gente já sabe onde ela vai dar. E conhecida a estrada, se a viagem é agradável, a gente se sente motivado a ir por outras, a desbravar mais caminhos.

Importante é lembrar que os caminhos, se de nossa escolha, não precisam ser extenuantes. Violência pessoal causa trauma e não vitória. Percorrer os caminhos, do tamanho da nossa perna, onde a nossa coragem alcançar. E não desistir de percorrê-los. É assim que se vence o medo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Personagem

Quando escrevo, sou quem eu quero ser.
Sinto o que quero sentir.
Invento, reinvento.

Quando escrevo, pinto o mundo de cor-de-rosa.
Ou de azul.
Ou coloco o preto no branco, se preferir.

Quando escrevo, recordo e repito.
Ou modifico.
Cabe a mim decidir.

Quando escrevo, penso antes de escrever.
E se me arrependo, apago.
O meu erro, eu reparo.

Quando escrevo, aquieto a minha mente.
Vazo para o papel o que a cabeça transborda.
E melhoro.

Quando escrevo, chorando, falo sobre o sorriso.
Sonho com um futuro melhor.
Reciclo o passado, surpreendo.

Quando escrevo, sou eu mesma e ao mesmo tempo não sou.
Opino, enlouqueço, aborreço.
E assim vou.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nova paixão - Glee


Faz tempo que eu declaro aqui o meu amor por seriados. Estou particularmente satisfeita com os episódios da 4a. temporada de The Big Bang Theory. Vale a pena conferir o 2o. episódio: LOL.

Uma grande amiga minha, fã de Gilmore Girls e com a qual eu converso da mesma forma neurótica e difusa, me alertou há algum tempo sobre Glee. A dica veio num momento não muito colorido de minha vida, no qual eu estava sofrendo uma pequena depressão, fruto do mal funcionamento da minha tireóide. Problema detectado, consegui, apesar das dolorosas (de verdade) provas que a vida nos coloca, me abrir para a possibilidade de um novo seriado e devo dizer que não decepcionou.

Glee é divertido, sarcástico, obsessivo e perfeccionista. Cores perfeitas, tomadas perfeitas e artísticas, números musicais perfeitos. O mundo de "cheer leaders e misfits" é permeado por piadinhas referenciando temas polêmicos como o "american dream", a diversidade cultural, a competitividade exacerbada, o deficiente sistema de saúde americano, a corrida para o ingresso na universidade, o preconceito, republicanos e democratas, guerra do Iraque e do Golfo, crise financeira... bom, são tantos temas polêmicos mesmo que pincelados sutilmente, que vou parando por aqui.

Comecei a assistir e foram 7 episódios de uma vez só. Os números musicais são fascinantes e revisitam muitos temas dos anos 80. Vale a pena conferir, mesmo que a Rachel, a moreninha que deve se tornar a queridinha do seriado, grite um pouco demais às vezes. O Terra tem disponibilizado 4 episódios por semana, para quem tiver muita curiosidade, no canal Glee.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

C.R.A.Z.Y.

Há algum tempo atrás vi o trailer desse filme e registrei em algum ponto da minha mente que queria assisti-lo mas esqueci, como tem sido de costume ultimamente. Felizmente vi o cartaz do filme novamente e corri para procurá-lo.

O filme é canadense. Para os amantes da língua francesa, devo observar sem nenhuma arrogância, que já tinha visto filmes canadenses antes mas não me lembro de ter notado naquelas ocasiões, o quanto a pronúncia canadense soa peculiar para quem está acostumado ao sotaque da França. Eu me apeguei mais do que o normal às legendas.

De concreto, devo dizer que recomendo fortemente o filme, principalmente para quem foi adolescente nos anos 80. Existe uma coisa que é comum a qualquer adolescente que é o de cultivar ou mesmo cultuar artistas queridos. E existe algo além, mágico, que é poder observar outros agindo da mesma forma como você agia quando era adolescente. Resgatar aquelas músicas e capas de vinil que a gente tanto amava. A letra cantada, o fundir de música e emoção, mesmo que não sejam as emoções que vão por dentro do personagem, as mesmas que nos dominavam.

Os temas tocados pelo filme não são exatamente originais mas são abordados com sensibilidade e cor. Vemos desfilar uma fileira de personagens e dramas próprios, conflitos e dor, mas a beleza da filmagem, do figurino, da trilha sonora, da cenografia, torna tudo tão interessante, que a dor quase nem dói de verdade. Fica de saldo o que a gente deve levar na vida, que são os bons sentimentos, aquilo que a gente deve valorizar: o amor, pois na vida não é possível não sofrer, mas também não é possível não amar.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Nick Hornby - Juliet Naked

Sabe aquela máxima que diz que não se deve comprar um livro pela capa? Pois é, devo confessar, diria que quase sem nenhum pudor, que eu compro livro pela capa. A falta de pudor eu atribuo a um dos benefícios que a idade nos traz que é o de deixar de ter vergonha das coisas banais.

Estava um dia passeando na livraria e dei aquela passadinha pela seção de "pockets", dos quais sou fã confessa. Foi quando vi assim, numa pilha, vários livros do Nick Hornby, autor que sabia que tinha ouvido falar mas que não lembrava exatamente o quê.

Bom, aí comecei a manusear os livros e simpatizei com a sinopse de "Juliet Naked" (isso por que foi a capa que me causou maior impacto, deixando de lado a hipocrisia). Comprei o livro e ele ficou aguardando na minha fila.

Certo dia me disse uma amiga que estava querendo retomar as leituras em espanhol mas que andava meio sem paciência para os dramalhões da Isabel Allende ou as bizarrices de Gabriel García Marquez. Eu disse a ela que talvez houvesse alguma escritora de chick-lit espanhol, que poderia ser uma boa forma de retomar a leitura para depois passar a algo mais "sério". Pesquisando a respeito, me deparei com uma definição na wikipedia onde uma das informações passadas era a de que certos autores são classificados como lad-lit ou mais vulgarmente dick-lit. E figurava entre esses autores o "tal" do Nick Hornby.

Lembrei-me imediatamente do meu recém-adquirido livro. Pensei: "se for para ficar lendo sobre carros e mulheres, melhor trocar o livro". Pensamento preconceituoso, talvez o equivalente feminino ao pensamento masculino quando avalia um chick-lit.

Decidi manter o livro e iniciar a leitura. Para minha surpresa, não só a leitura está sendo agradável como extremamente atual. Eu diria que para um "guy", o Nick Hornby trata com extrema sensibilidade os sentimentos que acometem pessoas de uma idade um pouco mais avançada; questões como "o que foi feito da vida", "onde seus relacionamentos os levaram". Uma narrativa que intercala presente e passado, reflexões dos seus diferentes personagens e um estilo criativo e moderno, onde figuram iPods, blogs e sites populares.

Fiquei feliz com a decisão de manter o livro e dar uma chance a ele. Mais tarde fui pesquisar melhor e aprendi que ele também é o autor de "Alta Fidelidade" livro que não li mas cujo filme está na lista dos que mais aprecio e também do recente "An Education" (Educação) filme sobre o qual só ouvi bons comentários.

Devo dizer que não devo parar em "Juliet Naked".

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Alerta: Hipotireoidismo

Eu andei esquisita. Assustadoramente esquisita. Desanimada, triste. Por causa da minha necessidade de controlar o açúcar, consultei uma endocrinologista e ela acabou identificando, a partir do relato dos meus sintomas e dos exames de sangue, o hipotireoidismo. Fui por causa de um problema e achei outro. Mas estou feliz que tenha sido diagnosticado pois minha vida melhorou muito desde que iniciei a medicação.

Tanta coisa rola pela internet hoje em dia, tantos hoaxes e afins, que a gente acaba sem saber no que acreditar. Eu particularmente deixo de ler muitas coisas porque evito sofrer por antecedência, prefiro enfrentar os problemas conforme eles vão aparecendo. Mesmo assim, resolvi falar sobre o que aconteceu comigo, pode ser que ajude. Nem sempre tristeza sem motivo é sem motivo de verdade. E nem sempre é tão sério como depressão. Para ter um esclarecimento melhor sobre o problema, recomendo a leitura do excelente post da Sam Shiraishi no A Vida Como a Vida Quer: sério e esclarecedor.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Evolução

Eu escuto e profiro a frase constantemente "quero ser melhor, quero evoluir". Mas o que é a evolução de verdade?


Para mim a evolução implica em alguns fatores macro como ser mais generosa, estar mais contente com a vida, ser mais gentil comigo mesma, aprender sempre e mais. Minimizar o orgulho e o egoísmo. E daí derivam várias outras resoluções menores, mais aplicadas ao cotidiano, que eu creio serem necessárias para atingir os objetivos maiores.

Existe portanto um padrão pessoal dentro do conceito de evoluir. Como tudo na vida, é relativo. Então quem é severo demais consigo mesmo tenta ser mais indulgente. Quem é eloquente demais e expõe o desnecessário, procurar falar menos. Fica até temeroso às vezes a gente escrever sobre um determinado tema e atingir o público errado. Como no post anterior em que eu falo sobre pequenos sonhos, pequenas concessões. De repente a pessoa já está sofrendo com alcoolismo ou com a dificuldade em manter uma dieta alimentar e se sente autorizada a enfiar o pé na jaca, só porque se falou em pequenos prazeres diários.

Chego então no ponto mais difícil: como saber quando a gente realmente precisa mudar? O que precisamos exatamente mudar? Enxergamos nos outros coisas que eles precisam mudar mas não mudam. Coisas que não precisam ser diferentes mas em que o outro insiste em mudar. Tem os que pensam constantemente em mudar, para melhorar, e aqueles para os quais visivelmente as coisas não funcionam mas eles nem se preocupam, continuam agindo de forma autodestrutiva. E pior, será que o outro precisa mudar mesmo? Será que a mudança que a gente propõe é o que ele precisa ou a gente não está querendo de uma certa forma satisfazer um gosto ou uma regra pessoal?

Pouco podemos fazer fora de nosso contexto. Quando entendemos que mudanças são possíveis dentro de nós mas podem ser pouco factíveis nos outros se a outra parte não quer mudar, tiramos um peso do ombro. Vale o otimismo, vale continuar tentando altruisticamente, não podemos abandonar nosso papel de educadores (afinal com filho acho que a história é diferente pois existe a responsabilidade ímplicita ao papel), mas não podemos calcar as nossas maiores expectativas nas mudanças dos outros pois estamos fadados à decepção agindo assim. Existe até, me ocorreu agora, quem deixa de se perceber por buscar o tempo todo a mudança nos outros. Quer tanto corrigir o que está em volta que não conclui que a mudança necessária, na verdade, é em si próprio.

Então volto à pergunta: como saber o que mudar em nós? Ajuda a auto-observação. Analisar fatos e consequências e tentar mudar padrões. Mas tem um grande detalhe que descobri recentemente: mudar para o oposto do que a gente é ou querer fazer a mudança de forma radical não gera bons resultados. É como li no outro dia: a gente pode até se manter num estado de negar uma determinada característica, certo comportamento, mas isso não implica na mudança verdadeira. Torna-se repressão. E não é bom ficar reprimido pois em algum momento o caldo entorna. Não podemos nos violentar e decidir ser exatamente o oposto do que está na nossa essência. O tímido não precisa se tornar o mais popular do colégio, ninguém precisa falar com todo mundo, desde que quando a gente fale, que seja de valor, que seja generoso. Então podemos, por exemplo, agir de forma menos tímida dentro de nosso espectro. Dentro do que a gente alcança. Mudanças menores que nos dão fôlego para tentar outras e assim sucessivamente.

Quem disse que é fácil? Não é fácil para ninguém. Estamos todos em busca de algo. Com mais ou menos acertos. Estamos todos vivos e passíveis de escolhas. Não é fácil mas não é ruim. E não parece que o fácil, às vezes perde a graça?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Convite

Motivada pelo Selinho Mágico, eu criei um selinho do blog Realizando Sonhos. Eu me dei conta de que em alguns anos de blog, eu nunca havia pensado em criar o meu próprio selo. Ou talvez tenha pensado mas não tivesse tempo, de tão dominada que eu estava pela correria diária e acúmulo de tarefas.

O meu selinho vem com um convite. Um convite a sonhar. O sonho pode ser grande, como tomar aquele passo que você vem adiando há tempos, ou pequeno. Diria que prefiro até o pequeno: convido-os a reservar alguns minutinhos a mais na pausa do almoço para tomar um café naquela lojinha charmosa e caminhar ao sol no dia frio. Não vale engolir o café. Precisa saborear, tomar consciência da importância do momento, o momento que você reservou para si próprio. Vale também olhar através da janela do escritório durante o expediente. Não importa que a paisagem seja meio cinza ou congestionada: perceba o horizonte, mesmo que visto por entre os prédios. Lembre que há um mundo lá fora. E que ele também é seu. Descubra seu próprio sonho, aquele pequeno hábito abandonado. Porque não criar este hábito diário de novos sonhos e alegrias tangíveis? Seja gentil, sorria. Sonhe sempre e cada vez mais. Sonhe com os pés no chão e realize.

E aí vai o selinho: oferecido a todos. Divulguem aos amigos que gostam de sonhar ou àqueles que esqueceram. Aos que não se permitem sonhar. Façam o convite. Espero que hoje o dia seja diferente e especial.

Eu vou gostar se você puder contar no seu blog qual foi o seu sonho e as sensações que ele causou em você. Descreva, se puder, o que você pensa em fazer para manter este hábito.

Selinho mágico

Eu fui presenteada pela Beth (Noites em Claro) e pela Janine (Impressões Minhas) com o Selinho Mágico.


Bom, as regras são:

1. Postar o selinho:

Já pode ser visto acima.

2. Responder: "O que é mágico para você?". 


Descobri que a magia existe nas pequenas coisas e na forma de encarar a vida. Tenho procurado viver  dia após dia procurando o melhor nas coisas e dentro de mim mesma. Entrego-me à magia da renovação diária, colocando objetivos e realizando feitos que me transformem numa pessoa melhor e feliz. Felicidade é magia. 

3. Coloque uma imagem que você acha mágica:

A imagem vai ser na forma de presente para todos que acessam este blog. Vai no post seguinte.


4. Indicar outros blogueiros:

Sempre fico um pouco constrangida na hora de indicar. Na maioria das vezes os meus conhecidos já foram indicados e ao mesmo tempo, detesto passar a impressão de que estou esquecendo ou desconsiderando alguém. Bom, indico o selinho a todos! 



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Desapego



Quando a gente ouve falar em desapego, a gente pensa logo em desapego material. A gente lembra de Jesus Cristo em seus trajes modestos e em plácidos monges tibetanos que vivem isolados de tudo e de todos. E parece tão longe de nossa realidade, tão distante de nosso dia-a-dia.

Entendi recentemente que apego é um conceito muito mais amplo.

Ser desapegado implica em não gerar expectativas exageradas e sobretudo desnecessárias. Porque expectativa parece andar de mãos dadas com a decepção. Decepção porque se muitas vezes nem nós mesmo somos capazes de prever as consequências de nossos atos ou escolhas, imagina então quem vive ao nosso redor. Um desconhecido é capaz de entender que a gente queria andar naquela ponta da calçada? Uma amiga consegue prever que naquele modelo de blusa a gente acha que a cor não cai bem? Se a resposta dessas perguntas é não, para que então complicar, gerando em cima de situações simples mais e mais fatores de expectativa potencializando a nossa decepção? Criando no que poderia ser binário uma verdadeira múltipla escolha onde as respostas certas parecem nunca ser marcadas?

Claro que ser desapegado também implica em não valorizar tanto algo material. Por que o que é material deprecia, pode ser roubado ou destruído. Então a gente pode cuidar tendo a compreensão de que um dia aquilo pode ser tirado de nós por motivos alheios ao nosso controle. Pode ser mais fácil se a gente tiver por dentro coisas que não poderão ser tomadas: as nossas virtudes.

Dentro da amplitude do desapego, descobri que precisamos nos desapegar dos pensamentos, dos maus hábitos. A gente busca às vezes no mundo externo, em terceiros, as causas das nossas desgraças e não percebe que sem querer a gente é que está cultivando aquilo que nos incomoda. Sem notar, a gente trás de volta para dentro da cabeça o pensamento nocivo, ou mesmo aquelas coisinhas que a gente pensa, aparentemente sem importância, lembranças, análises, como nós gostamos de pensar, mas que na verdade são as nossas algemas, que nos mantêm presos no mesmo lugar.

"I will not harbor negative thoughts". Eu não vou abrigar pensamentos negativos.

Assim citou Elizabeth Gilbert em seu best-seller. Um grande passo é reconhecer que esses pensamentos existem e que eles não são saudáveis. É a prática do desapego. É mais fácil a gente voltar num pensamento antigo, mesmo ruim, do que substituí-lo por um novo. A gente tem medo de criar novas complicações. Então porque deixar ir? Deixa eu ficar aqui quietinha com o meu antigo pensamento. É o que a gente sente no fundo, sem se dar conta.

Se a mente insiste em não ajudar, mesmo a gente sabendo que não quer abrigar os tais pensamentos, então vale de tudo. Vale repetir a tal frase, do "Eu não vou abrigar pensamentos negativos". Vale rezar, vale cantarolar, vale correr, fazer abdominal, lavar a louça, ler um livro, ver um filme. Só não pode é deixar ele lá, como a mesma autora tão bem apontou: como um mantra de negatividade. Então basta a nós, se não somos capazes de esvaziar nossas mentes, substituir o mantra ruim por um mantra bom. Pode ser um inventado, não precisa ser complicado. Só precisa nos fazer bem.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Métrica

Estava lendo um artigo sobre criatividade voltada para negócios e me chamou a atenção a expressão "pressão por resultado". Pensei na sua aplicação. Eu já trabalhei sob essa pressão. Então a coisa funciona mais ou menos assim: a gente tem tópicos, chamados, problemas, como queira se chamar e somos pressionados várias vezes por dia a atualizar status e resultados sobre os temas. Paralelamente relatórios são enviados diariamente, às vezes mais de uma vez por dia, mostrando a partir de referências de tempo (horas, dias, semanas, meses) quantos assuntos foram resolvidos, há quanto tempo estão pendentes.

Existem vários tipos de pressão por resultado. Dentro de vendas, de finalização de projetos, de valores em geral. Quis citar esse tipo para dar uma ideia de como a pressão age no dia-a-dia do profissional. 24 por 7 (24 horas por dia, 7 dias da semana) como se diz na área.

Devo dizer que eu consegui desempenhar bem a tarefa. Mas é algo que a gente faz por um tempo e precisa de intervalos para recarregar as energias pois é algo extremamente "drenante", neurótico.

Lembro que me peguei várias vezes, depois que conheci este tipo de trabalho, imaginando como seria se na vida a gente também tivesse métricas. Bastaria a cada dúvida ou problema pessoal a gente listar prós e contras e a partir de uma escala determinar a importância dos problemas e mesmo decidir baseado na quantidade de fatores: "até X mentiras eu consigo manter a amizade. A partir daí, fim."

De uma forma, o pensamento lógico até nos auxilia a organizar a vida. Poderia ser mais fácil decidir assim. Mas tem questões em que a métrica não funciona. Tem coisas que não são mensuráveis, nem em quantidade, nem em volume e nem em nada. Não existe referência, não existe o certo ou o errado. Existe a nossa visão em relação ao acontecimento, a nossa verdade, que serve tão e somente a nós mesmos. Então a tentativa de sistema entra em colapso e não adianta tentar aplicar o raciocínio puro. Tem que pesar também com o coração.

Foi assim que eu cheguei à conclusão de que a "pressão por resultado" embora factível, é inversa ao que nos é saudável e aos valores que deveríamos estar aplicando em nossas vidas. Pois quem mais faz números não necessariamente é melhor ser humano. Não necessariamente é quem ajuda os colegas, quem se preocupa com o bem-estar da família e da comunidade. Não necessariamente é quem ouve e sabe escolher com o coração.

Bom, com relação ao artigo? O que ele diz é justamente isso. Que a "pressão por resultado" é um fator prejudicial à criatividade e às grandes ideias. Simples assim.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O dia difícil

Esse post é para a Labelle. Eu ia escrever um comentário mas me dei conta que ia ficar tão grande que acabaria se tornando um post.

Você me disse que está evitando filmes tristes. Só que eu vou ter que citar "Precious". A narrativa do filme é no formato de pensamentos da Precious, uma garota truculenta, de pouca fala, mas com uma mente que não pára de refletir sobre o que acontece com ela, dentro da simplicidade de seu vocabulário que ela, analfabeta, alcança. Então teve uma passagem que me tocou profundamente. Ela disse:

"The other day, I cried. But you know what? Fuck that day. That's why God, or whoever, makes other days".

Fiquei pensando que não só é uma benção que os dias acabem e novos dias comecem como, de uma forma meio bizarra, os dias ruins parecem existir para que a gente consiga reconhecer os bons dias, quando eles "aparecem". A mente humana é assim. A gente identifica com facilidade as coisas ruins mas parece ter dificuldade em lembrar ou se abrir para o que é bom. Deve ser por isso que existe tanta religião ensinando a gente a ser feliz.

Bom dia! ;-)

Quotes da Precious:

http://www.imdb.com/title/tt0929632/quotes

domingo, 8 de agosto de 2010

A metade vazia

Há ditados, citações, ensinamentos que valem para quase tudo na vida. Isso é bacana mas ao mesmo tempo nos dá uma sensação excessivamente genérica por vezes. É como aquela parábola do copo, se está metade cheio ou metade vazio. Todo mundo está careca de saber que é a postura diante da vida, se a pessoa se coloca de forma positiva ou se prefere destacar os aspectos negativos.

Existem momentos em que a gente precisa ser generalista e perceber o ensinamento do copo vazio ou cheio na sua totalidade. Em outros, somos acometidos por insights, constatações que apesar de óbvias, são verdadeiras revelações que nos fazem querer, nem que seja por segundos mudar certos hábitos. São aqueles segundos em que a gente se dá conta ou relembra que numa determinada situação, a gente continua enxergando o copo vazio, mesmo que na maioria das vezes a gente já esteja conseguindo enxergá-lo cheio.

Mentes ativas, curiosas. Um mundo de idéias, lugares, livros, filmes, teorias e práticas a conhecer e dominar. O copo, eu diria, está quase que o tempo todo de metade vazio para quase que totalmente vazio....

Se por um lado existe o benefício que é o de manter a sede de aprender, uma engrenagem que nos move para cima, por outro existem momentos em que a gente precisa entender que o copo, embora nunca vá se encher de verdade, está no nível bastante adequado. É um nível elástico, que precisa ser movido para cima ou para baixo. E sempre para cima no momento em que beiramos o exagero.

Numa escala de desenvolvimento, existem sempre os que estão acima e os que estão abaixo. A gente não precisa olhar nessas direções. A gente precisa é olhar para dentro e se satisfazer com o que já foi alcançado, sem perder nunca o horizonte de vista.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Eat Pray Love


Felizmente tenho lido bastante nos últimos tempos. Digo felizmente porque deixar de ler é algo que me aflige demais. Parece que tem todo um mundo de idéias correndo lá fora sem que eu consiga alcançá-las.

Apesar de tentar diversificar a minha leitura, vou confessar que não deixo de ter uma predileção por chick-lits. Ora, que mal faz uma leitura  de entretenimento? Nem tudo precisa ser inteligente o tempo todo, né?

Mesmo assim, vale salientar que o livro que estou lendo nesse instante, "eat pray love" me surpreendeu por ter uma dose certa de profundidade. A autora confessa todas as dificuldades que enfrentou em seu divórcio, inclusive os episódios de depressão. Revela suas fraquezas e o que fez para tentar solucionar seus problemas. A partir do momento em que ela vai para a India e em seguida para a Indonésia, ela compartilha de uma forma bastante digerível uma série de ensinamentos de filosofia oriental. O livro é bem escrito e a linguagem rica e bem humorada.

Eu mesma já li livros de várias correntes espiritualistas e sempre fiquei com uma sensação de que é muito penoso atingir o tal nirvana, o contato direto com Deus. Não que não seja trabalhoso. Mas acho que existe dentro do crescimento espiritual algo de prático, que pode ser aplicado no dia-a-dia, sem que a gente tenha que raspar a cabeça e ficar cantando na rua enrolado em mantos. E é justamente isso que me agradou no livro. Apesar da autora embarcar numa viagem exótica e que envolve sim, reclusão e treinamento intensivo de meditação e yoga, fica uma sensação boa de que é possível, para quem quiser prestar atenção, conectar-se com a felicidade, com a divindade presente em nós e no mundo que nos cerca, desde que a gente se dedique e persista.

Eu recomendo que quem se interessar leia logo o livro pois o filme já saiu e deve chegar em breve ao Brasil.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Precious


Como falei anteriormente, andei numa maratona de filmes. Gosto para filmes é algo completamente particular. Eu, por exemplo, gosto dos agitados aos parados. Sou capaz de gostar dos filmes que ninguém gostou assim como de desgostar daqueles que todo mundo gostou. Não que eu seja do contra. Só queria de certa forma provar a minha teoria. O que faz a gente gostar de um filme, uma música? Momento, um aspecto isolado. Sei lá. O mesmo filme que a gente viu há anos atrás e revê numa fase diferente de vida, que decepção, já não tem o mesmo gosto. Ou aquele que a gente viu e torna a ver, puxa vida, não é que eu não tinha reparado nisso? E de repente ele passa a ter um novo sabor, uma graça, a explicação de tudo.

Entre os filmes que vi e gostei, poderia citar "Amor sem escalas" com o George Clooney, longe de uma comédia romântica como o anúncio leva a entender. Na verdade uma abordagem totalmente inusitada da crise americana e da frieza das relações profissionais de nossos tempos. Vamos lá, claro que evoluímos. Antigamente era mandar embora, deixar de morrer de fome e pronto. Hoje, tenta-se mesmo que minimamente, em ambiente um pouco mais evoluído, deixar-se uma impressão de que o ser humano por trás do empregado importa. Através de frases pré-construídas, estratégias bem boladas, que o filme tão fielmente retrata. Amei, a estética, paisagens que se entrecortam, a arte em mostrar belo aquilo que não é belo, câmeras que focam tão maestralmente olhos, sim, maestria nos olhos. Parabéns para os atores. É um filme de olhares.

Gostei também de "Um lugar para viver". Filminho despretensioso, mostra a jornada de um casal que se descobre grávido. Sabe aquele casal meio alternativo que vai vivendo a sua vidinha, o seu sonho, fazendo aquilo que gosta? E de repente questiona se a vida de sonho é suficiente para criar um filho. Realidade esmagadora de alguém que precisa criar um filho, que não se sente obrigado a seguir regras, a ter um plano de saúde, a privilegiar o estudo em instituição renomada, até que aparece um filho. Por que de fato, para pessoas com consciência, um filho muda tudo. A gente quer proporcionar ao filho tudo o que há de melhor, mesmo que a gente mesmo não tenha tido acesso a uma determinada coisa.

Tem outros filmes... Mas eu queria finalmente comentar "Precious". Eu venho fugindo de filmes extremamente tristes, vocês sabem como quem. Vou me isentar de pronunciar o nome dele. Mas dentro da minha fugaz fantasia de o mundo é belo, pausa que me dei de trabalho e das atrocidades do mundo, tenho evitado me envolver com questões negativas. Tenho passado "batido" de assassinato de Elisa, de morte de skatista e tudo o que possa se imaginar. Mas "Precious", é daqueles filmes infinitamente tristes mas que a gente não pode deixar de ver. A poesia que vem na figura de uma menina esteticamente e socialmente deformada, e quando a gente acha que nada mais pode dar errado na vida dela, ainda dá. É daquelas situações em que não se sabe explicar por que, a nossa esperança é renovada. Onde a gente, com olhos cheios de lágrimas enxerga a beleza da vida dentro do caos.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Por um mundo melhor

Faz tempo que estou devendo um pronunciamento sobre como eu desejo que o mundo seja e o que pode ser feito para fazer um mundo melhor.

Eu recebi indicações da Val de Com toda a minha alma e da Labelle de Mulher de Trinta, o que me deixou muito lisonjeada. Por isso achei por bem postar uma resposta quando tivesse algo de conteúdo a declarar. Bom, pelo menos vou tentar responder adequadamente.


A regra diz que precisamos:

  • Exibir o selo no blog e apoiar,
  • Colocar o link do blog que nos deu o selo
  • Indicar quantos blogs quiser
  • Ah! E falar sobre o tema, é claro
Queria indicar a minha amiga Pat Ferret mas acho que ela anda dando um tempo na escrita. Bom, vou arriscar indicar as "arteiras", a Mara da Creative Scrap House e a Valéria da Artes em Madeira porque elas fazem um mundo melhor criando belas obras, colírios para nossos olhos. Indico também o André do Só falta respirar que também anda sumido.

Vou correr o risco aqui de ser chamada de saudosista. Mas o mundo que eu imagino é uma mistura das coisas boas que haviam na minha infância com aquilo de bom que o progresso nos trouxe. Queria um mundo em que as pessoas pudessem caminhar tranquilas na rua, onde vizinho conhecesse vizinho, onde as crianças pudessem jogar bola até o sol se por e andar sozinhas para o colégio. Queria bolo assado em casa, jantar e conversa em família, menos carro na rua e deslumbramento com as coisas simples. Queria que computador servisse para armazenar dados, evitando desmatamento, que aproximasse as pessoas de verdade, com trocas significativas.

O que eu faria para tornar o mundo melhor? Acredito que podemos tornar o mundo melhor promovendo mudanças em nós mesmos. Se cada um se empenhar de verdade, disseminando o amor pelo próximo, agindo certo porque é certo e não apenas pelas regras, se procurarmos sorrir mais, ser mais gentis, acredito que se conseguirmos promover essas mudanças, sendo menos materialistas, menos ambiciosos, ajudando, compartilhando, isso é que vai fazer o mundo melhor. Puxa, agora além de saudosista sou piegas...

No outro dia eu estava na fila do supermercado. O supermercado havia aberto apenas um caixa que era justamente o caixa preferencial. Formou-se uma fila enorme. Ao simples sinal de que mais um ia ser aberto, praticamente toda a fila se deslocou para o outro caixa. Eu estava já colocando minhas compras na esteira quando me dei conta de que eu havia "sobrado" no caixa preferencial e que atrás de mim tinha uma senhorinha com 2 potes de iogurte na mão. Olhei para ela e felizmente "caiu a ficha". Perguntei: "a senhora gostaria de passar as suas compras antes de mim?". O olhar dela se iluminou e ela, muito simpática, me respondeu que "sim, muito obrigada!". Ela estendeu seus potes de iogurte para a moça do caixa muito delicadamente e informou: "estou aceitando a gentileza de minha amiguinha aqui". Pagou e me agradeceu mais umas 2 ou 3 vezes. E eu saí com um belo sorriso do supermercado.

Fazer o bem faz bem. Believe me!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Comer

Eu ando numa maratona de filmes... Durante algum tempo, olhava os lançamentos ou mesmo filmes muito comentados e ficava com um ar de desconfiança... agora resolvi colocar em dia e tive ótimas surpresas. Quem sabe eu não ganho motivação para postar essas dicas.

Engraçado como funciona a cabeça da gente. Estava assistindo "Julie e Julia" e numa determinada cena, em que eles estão com a irmã de Julia num restaurante, quebrando nacos de baguette, bebendo vinho e degustando queijos, eu me peguei pensando. Pensamento provocado pelo desejo de comer um Brie: existe na vida da gente um marco, lógico que não para todos, mas para aqueles que apreciam boa comida e boa bebida. Esse marco é que determina quando a gente deixa de simplesmente se alimentar para efetivamente apreciar comida. Quando a gente fica parecendo assim meio bobo, meio esnobe, por idolatrar um certo tipo de queijo, uma marca de azeite ou uma boa garrafa de vinho.

Parei a cena do video e fiquei tentando imaginar quando isso pode ter acontecido comigo. Se foi na época em que eu li Peter Mayle, em que nem estressada eu era com a vida moderna ainda, mas em que eu incorporava um executivo inglês, cansado do ritmo excessivo do trabalho, conhecendo e se apaixonando aos poucos pela região da Provence. Ou melhor teria sido na época da mania de Isaías Pessotti, na qual entre um prato de massa e uma taça de delicado vinho italiano e beges paisagens, se desvendava um crime já arquivado, num ritmo quase de Agatha Christie mas infinitamente mais saboroso? Ou do tal "vol-au-vent" de codorna da memorável "Festa de Babette"?

Devo dizer que essas delícias, eu nem as havia provado ainda. Ficava a curiosidade sem nem saber ao certo como elas seriam exatamente. Quase como a criança que degustava mentalmente os tais pastéis de vento do fantasminha Pluft.

Muitos anos se passaram. Viagens, jantares, mais livros. Inacreditavelmente, vol-au-vent de codorna. Filmes. Mais uma paixão cultivada, entre tantas artes: o prazer de comer. Só que agora de verdade. Com o tempo, com mais sabedoria. "Sin perder la ternura", sem deixar de reconhecer o gozo das coisas simples, do cheiro de um arroz bem feito.

Incrível essa cabeça da gente. Que por causa de uma simples cena, leva-nos a revisitar quase que uma vida inteira.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Tales of Mere Existence

É uma pena não ter disponível com legendas, apesar de que grande parte da graça está em como ele fala as coisas.


Eu recomendo esse aí para começar. "A typical conversation with my mom".

Gatilho

Estava lendo no outro dia um livro chamado "Deus usa batom" de Karen Berg. Esse livro fala sobre a Cabala com um enfoque para mulheres. Acredito que a espiritualidade, independentemente da linha adotada, é necessária na vida de todos. Eu sempre busquei a minha, lamento dizer que nunca no grau de maturidade e disciplina que eu gostaria de atingir. Mas saber que pelo menos eu penso no assunto, que pelo menos a consciência existe, isso me traz um mínimo de conforto. No outro dia uma amiga me escreveu: "não se martirize". E é este um dos grande ensinamentos que eu preciso aprender e interiorizar. Martirizar-se não soluciona nada.

Voltando ao livro, existem muitos ensinamentos bacanas e que considero lógicos. Práticas que eu já entendi há muito tempo atrás serem necessárias. Leio esses livros, me identifico, mas no fundo vem uma frustração (olha eu me martirizando de novo). Eu não me conformo com a distância que existe entre aquilo que a gente considera bom e que a gente gostaria de aplicar de forma consistente na vida com o que a gente realmente consegue por em prática. Creio que um dos grandes mistérios da vida está em encontrar a chave da reprogramação de nossos pensamentos e ações. Por mais que a gente saiba que determinada atitude não faz bem (vou me isentar aqui da classificação de certo ou errado), isso infelizmente não previne a atitude em si. A gente não gosta, sabe que o resultado não vai ser bom mas continua fazendo do mesmo jeito.

Sabe o que me frustra mais? Tem coisas que a gente faz por inconsciência. Digamos assim, que até tem uma certa desculpa. E aquilo que a gente tem consciência a respeito mas não consegue controlar? Talvez o controle seja o pior de tudo. Sempre digo que a situação ideal é quando algo se torna um hábito bom. Você não precisa se forçar àquilo. Você simplesmente faz. Aquilo já se tornou parte de você. O controle, especialmente em pessoas explosivas, parece ter o efeito contrário ao desejado. Me parece que o controle leva em algum ponto ao descontrole. Vem um gatilho e "buuummmm", lá se foi pelos ares o controle. E pior, parece que com mais força do que se não tivesse ocorrido uma tentativa de evitar.

Gatilho. Sim, percebi que existem gatilhos. Frases, repetições externas. Coisas que nos incomodam e que a gente não tem como mudar. Não dá para fugir, não dá para calar. Não dá para evitar. E a gente tem que aprender de alguma forma (que forma será essa?) a aceitar. Aquilo que nos incomoda, não necessariamente está errado. Às vezes não dá nem para mensurar ou classificar. Simplesmente incomoda.  E ninguém, aí que está o mais difícil de tudo, a não ser nós mesmos, vai conseguir solucionar. "Para toda ação existe uma reação". Eu gostaria sinceramente que a reação não fosse eternamente a mesma disparada pela ação. E que a intensidade, como na equação física, fosse na medida do possível, proporcional.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Por que é assim?

Pode me chamar de chata. Eu sou o tipo de pessoa que lava a louça se perguntando se é água demais. Que fica tentando imaginar o que vai acontecer com todas aquelas embalagens jogadas fora. Que pede licença quando vai passar na frente de alguém que olha a prateleira no supermercado e que devolve o carrinho para o lugar ao final das compras. Eu agradeço quando alguém me abre a porta e dou bom dia. Com o tempo fui adquirindo mais algumas manias. Tento não fazer fofoca, não julgar e não comer doces. Eu detesto que façam mal aos animais, não gosto de gente que só reclama e abomino falta de educação no trânsito. Ah, esqueci! Eu dou passagem e respeito o farol vermelho. E as faixas. E o limite de velocidade. Eu não pego dinheiro no chão da rua. Para mim, achado não é roubado mas também não é meu. É de alguém que pode voltar para buscar.

Poderia dizer que estas são coisas "pequenas" que me preocupam. Muitas regras que eu inventei para mim, formas de respeitar e viver  bem. Ser uma pessoa educada, agradável e que sabe viver em comunidade. Tão chata eu sou.

Não é de admirar então que cada vez mais eu veja um abismo se formar entre mim e a realidade. Existem coisas que não deixam de me surpreender negativamente. Cada vez mais e a cada dia mais. Quanto menos eu minto, cada desculpa esfarrapada que deixo de dar aumenta a minha estupefação diante das mentiras deslavadas e desnecessárias. Certos conceitos como não roubar e não matar, são coisas inquestionáveis, práticas naturais desde que me entendo por gente, então é inacreditável dentro do meu universo que possam existir pessoas capazes de praticá-las e pior, por motivos fúteis. Lógico que não sou míope, não sou alienada e consigo entender o pano de fundo do problema social, da infância desprovida, da violência doméstica. Vejo as atrocidades nas notícias e no cotidiano, longe ou perto de mim e antes costumava me perguntar: por que tem que ser assim? Por que eles precisaram fazer isso? Sim, eu vivia me perguntando.

Com o tempo cansei de que querer saber o por quê. Cansei ou concluí ser inútil. O por que, se a gente sabe, não resolve. No mínimo previne, se for possível. Não me interessa mais saber por que é assim. Eu só gostaria que não fosse assim.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Pensamentos

Estou tentando lembrar onde foi que eu li ou ouvi recentemente que não importa quantas coisas boas tenham sido feitas para você na infância, que você provavelmente vai esquecer isso tudo e só vai lembrar daquela única coisa, ou poucas coisas ruins que aconteceram.

Nas minhas leituras pelos blogs afora, vejo o assunto adolescência como um tema recorrente. Quase todo mundo conta algo, se não uma situação específica, que marcou negativamente, dissertações sobre a fase, sobre as angústias, os medos, as inseguranças.

Já li, tanto na corrente espiritualista, como em textos pedagógicos, que a idade de 7 anos é um marco na vida de uma pessoa. Até os 7 anos, a criança encontra-se em formação; o que for recebido de valores éticos, de conceitos que servem para a formação do indivíduo, a construção da auto-estima, é isso o que vai determinar a conduta do adulto no futuro. Houve quem dissesse até que se a criança não recebeu até essa idade a base adequada, que ela seria de certa forma um "caso perdido".

Não gosto de radicalismos. Eu tento sempre acreditar que tudo é possível se a gente acredita, se se esforça. Reconheço o papel da dor como agente de mudanças. Preciso acreditar em tudo isso.

Mas não posso deixar de admitir que certas frases, certos pensamentos dessa tenra idade, mesmo que equivocados, nos perseguem mesmo que subliminarmente. Por vezes as mensagens são identificadas e trabalhadas e em muitas outras, elas movem ações e pensamentos presentes sem que nós tomemos consciência. Isso é cruel.

Como minimizar essas marcas? Como voltar ao passado e explicar para aquela criança que sentia medo e solidão que seus temores eram infundados? Que a dimensão de suas preocupações era exagerada?

Se a adolescência foi uma fase difícil? Com certeza sim. Mas felizmente não deixou traumas eternos. Tenho a satisfação de reconhecer que aqueles problemas, os da adolescência, eu esqueci.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Perfeição

Sempre sofri por buscar a perfeição das coisas, por querer que elas estejam num determinado lugar, com um certo grau de limpeza e arrumação. Sofro quando não consigo atingir o nível aceitável por mim e também quando não consigo fazer com que os outros me entendam.

O desejo pela perfeição me rendeu sofrimento mas também vários reconhecimentos ao longo da vida.

Tenho buscado sempre dosar a minha exigência. Aplicá-la onde ela é devida. Entendi que nem sempre é saudável ser exigente.

O video abaixo me devolve a certeza de que capricho é necessário sim, para que se produza belas obras, de qualquer natureza.

http://www.youtube.com/watch?v=rqC2xpCaG80

Agora deixa eu chorar aqui quietinha no meu cantinho depois de ver esse trabalho... :-)

Eliseu Visconti


Caiu na minha caixa de entrada um belíssimo (mesmo, com i agudíssimo) powerpoint sobre Eliseu Visconti que, vim a aprender, trata-se do pintor contratado para decorar o Teatro Municipal do Rio de Janeiro. É dessas informações que a gente lê algum dia na vida e infelizmente esquece, acaba não dando a devida importância. Trata-se sem dúvida de um grande mestre do Impressionismo.

A obra e a história podem ser conhecidas no site sobre ele: www.eliseuvisconti.com.br.

A grande vantagem do PPS é que as imagens já vêm ampliadas e ao som de Clair de Lune (Debussy), o que dá uma beleza ainda maior às obras. No site as imagens estão posicionadas nas laterais com pouco destaque e pode ser que não se perceba, num primeiro momento, a grandiosidade do trabalho. Aconselho que se dê um clique em cada imagem de interesse de modo a apreciá-la melhor.

Gostei da imagem acima pois mostra os detalhes de perto (há outras como esta no site). A gente aprende a gostar ainda mais do Impressionismo quando tem a oportunidade de ver essa textura, essas pinceladas de perto. Eu amo esses "gordinhos" de tinta.

Boa visita!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Esquecido de si mesmo

Sempre me soou tão vaga essa estória de esquecer de si mesmo. Houve tempos em que eu tentava interpretar a frase e o que vinha de compreensão era  algo do tipo: esquecer de ler um livro, de ir ao salão cuidar do cabelo, não frequentar a academia. Tão certa estava eu de meus objetivos.

Um dia eu escutei um programa no rádio em que a ouvinte mandava uma pergunta e o Max Gehringer respondia. Era algo relativo a seguir a carreira dos sonhos, sobre como era difícil, ela perguntava sobre como dar a guinada na vida para atingir esse sonho. E o que ele dizia era que às vezes uma mudança significativa não requer necessariamente uma reviravolta mas sim uma mudança de visão. De repente a moça poderia não largar tudo mas se dedicar mais ao sonho como um hobby e que poderia se tornar algo mais prazeroso.

Vou confessar que não sei se foram exatamente essas as palavras do Max Gehringer. Mas foi assim que eu memorizei. Foi assim que eu entendi por ter eu mesma me desviado dos meus sonhos por uma carreira mais realista, mais pé no chão e que me proporcionou melhor retorno. E eu não me arrependo.

Mas é então que eu volto ao ponto inicial do meu post. A gente só entende na profundidade da afirmação do que é "esquecer de si mesmo", quando a gente esquece de verdade. Assim como muitas outras situações na vida, é claro. A gente só vai apreender na totalidade, quando acontece com a gente. Então eu entendi um dia que esquecer de si mesmo era algo muito mais grave do que esquecer de fazer a unha ou de ver o lançamento de um cineasta preferido. Esquecer de si mesmo era esquecer não só dos sonhos mas de quase tudo aquilo que nos dá prazer. Desde hábitos muito simples como comer uma fatia de pizza.

Um dia a gente se dá conta, de tão esquecidos de nós mesmos que a gente não faz quase nada mais daquilo que a gente gostava. A gente percebe que se entregou a uma máscara de perfeição, de 105% de eficiência no trabalho, no lar, na amizade. Perfeição imaginada, sem perceber que na verdade é uma bomba relógio, prestes a explodir. E quando ela explode, ironicamente, ela não traz de volta imediatamente nossas convicções primordiais, o que ela causa é um estrago que de princípio nos faz questionar tudo aquilo que somos. Até no que foi adquirido de bagagem, não estava previsto no plano inicial mas que não é necessariamente ruim.

No outro dia eu li em um quadrinho no blog da Beth (Noites em claro) que dizia que "life is not about finding yourself, it is about building yourself". E eu concordo em termos. Acho que a gente precisa "se construir" mas não deixa de ter que de tempos em tempos achar a gente de volta. Porque a gente faz planejamentos e acaba se desviando da rota, como disse anteriormente. E o que pude perceber é que no fundo, a gente não deixa de ter dentro de nós aquela criancinha. Quando a gente se desvia e se reencontra, a gente se pega rindo sozinho quando percebe de volta na gente um pequeno prazer de infância. Não adianta ser bem sucedido, ter algum conforto material, se a gente não exerce em vida adulta nada do que a gente ansiava ou sonhava quando era criança, foi o que eu descobri. Vai variar de pessoa para pessoa. Pode ser desde desenhar uns garatujos, desde que para você pareçam bonitos, até colecionar figurinha da Copa. Cabe a você descobrir, ou melhor, lembrar o que é.

domingo, 13 de junho de 2010

Lorem Ipsum

Me mostraram um dia desses um designer gráfico que oferece uns layouts super bacanas para sites. Tudo muito limpo, esteticamente agradável e caprichado. Fiquei olhando as páginas fascinada e pensando: "putz, de onde será esse cara que fala essa língua tão esquisita? Provavelmente da Romênia. Isso aí parece latim". Numa dessas viagens em milésimos de segundo que a minha mente faz, lembrei de uma ocasião, provavelmente na 4a. ou 5a. série em que eu li no livro de geografia que havia um pequeno país no leste europeu, onde a língua falada, o Romeno, tinha origem na mesma língua que a nossa. Lembro-me que me impressionou na época o fato de que um país tão longínquo e tão diferente do nosso culturamente pudesse ter uma língua em que talvez a gente conseguisse entender uma palavra ou outra. E como toda criança, imaginativa, ficava eu mentalmente me visualizando por lá, perto de algumas romenas, mocinhas de vestidinho e avental (como a fotografia do livro), eu escutando o que eles falavam e pensando: "nossa! É parecido mesmo! Eu conheço essa palavra!".

Intrigada com a origem do moço, embora o nome dele não me parecesse nada de espetacular, soava até meio italiano, resolvi dar o google na expressão que mais me chamou atenção no texto. Talvez porque ela se repetisse em vários pontos de outros layouts: "lorem ipsum".

Um pouco surpresa e também envergonhada, descobri que o tal do "lorem ipsum" é na verdade um texto gerado automaticamente para preencher diagramações, de forma que se possa ter uma idéia real de como ele fica distribuído na página. Bom, tem uma definição ótima na wikipedia.

O mico só não foi completo porque de fato "lorem ipsum" é latim. E espera lá: quantas pessoas tem recordações sobre as elocubrações feitas aos 10 anos de idade a respeito da Romênia? Brincadeiras à parte, achei interessante citar, para aqueles que queiram se informar. Na verdade o post iria muito mais além. Fiquei pensando sobre a linguagem em si, no quanto ela contribui para a imagem que formam a nosso respeito, sobre como a utilizamos para interagir nos diferentes "universos" pelos quais transitamos. Mas fiquei com preguiça. Fica para outro dia!

Rosas de Papel

Fazia muito tempo que eu andava atrás de um PAP (passo a passo no artesanato) que ensinasse a fazer rosas de papel. Eu sempre admirei LOs (layouts) que utilizam essa técnica. A Mara da Creative Scrap House costuma usar. Os trabalhos dela são lindos!

Eu encontrei ontem esse PAP muito bacana da Valéria. E claro que já corri para tentar. Os resultados podem ser vistos abaixo. Eu as apliquei numa caixa de madeira que eu pintei e forrei. Usei bastante carimbo também. Normalmente eu sou mais "discreta" para peças de décor. Mas desta vez eu resolvi me soltar mais. Fica um certo medo de exagerar...

As rosas de perto:



A caixa. Quando eu tirei as fotos, a fita banana estava aparecendo no quadrado de base das rosas mas eu, perfeccionista que sou, já tratei de corrigir. Só deu preguiça de fotografar de novo.