Eu não tive formação religiosa. Meus pais não frequentavam nenhuma religião. Mas eu acredito em Deus.
Creio que aprendi uma crença própria baseada em coisas que li e ouvi. De pequena acostumei-me a fazer uma reza todo dia antes de deitar. Eu falo na minha cabeça sobre coisas que me incomodam e agradeço muitas coisas. Como uma conversa entre eu e Deus. Andei um tempo afastada dessas conversas há alguns anos atrás. Mas eu as retomei. Um costume que eu tenho em face a alguma dificuldade é rezar para que aconteça o melhor dentro da situação. Já aconteceu de pedir algo específico e o resultado não ser bom. Aprendi que nem sempre a gente sabe o que é bom de verdade. É o tal "escrever por linhas tortas".
Talvez eu tenha simplificado demais as coisas. Tomei para mim conceitos como: fazer o bem, agindo da forma mais ética possível e evitando fazer com os outros coisas que eu não gostaria que fizessem comigo. Muitas vezes falho neste tarefa mas procuro me corrigir numa próxima oportunidade. Operar pequenos milagres diários oferecendo a ajuda que posso. Acredito que quando ajudamos, praticamos a nossa semelhança com Deus. Reconhecer e acreditar no bem das pessoas. Enfim, a minha espirituosidade vem desses atos praticados e refletidos. E com o tempo, gradualmente tenho aprendido na prática outros conceitos. Não julgar, por exemplo.
Vejo pessoas que se dedicam muito a uma religião e acabo questionando a minha fé. Ouço falar de milagres e é algo que não consigo compreender. Se Deus existe para todos, como pode então o milagre ocorrer apenas num determinado local e através de uma pessoa específica? Não seria trair a confiança, questionar a própria fé? Se a pessoa não tem acesso àquilo, ela não tem o direito ao milagre?
Eu não duvido do milagre. Eu acredito no milagre assim como acredito em Deus e todas as coisas boas que vivencio credito à sua existência. Eu duvido é do "querer um milagre" de uma forma cega, colocando o instrumento acima de Deus. Eu acredito que Deus é um só.
Um comentário:
Perfeito.
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