quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Sentimento religioso

Acho que em certas fases da vida é inevitável termos mais pensamentos em relação a religião. E é o meu caso agora. Ultimamente tenho pensado muito nisso.

Eu sempre achei que religião, fé, é algo que devemos ter independente do momento. Existe uma tendência entretanto para que o apelo à religião ocorra no momento do desespero. Eu sou tão ética que nem isso eu consigo fazer. Não me permito, não me sinto no direito. Eu acho que se não estou em dia com minhas obrigações religiosas, não tenho direito a pedir nada dentro de uma religião.

Se existe algo que se herda por viver em um país católico é a culpa. Mesmo quando não se é católico, parece que convivemos com a culpa, vivemos em dívida.

Quando eu estava na 3a.série, fomos convidados na escola para participar do Catecismo. Por motivos que não vêm ao caso no momento, pois seria remoer o passado, eu não participei. Acontece que a minha melhor amiga era filha de portugueses e obviamente foi encaminhada para as aulas. E eu, muito incomodada com a situação, porque eu também queria participar, acabei indo com ela algumas vezes por vontade própria.

Sempre ficou essa lacuna em mim. Eu gostaria de ter feito a primeira comunhão para depois optar se aquele era o direcionamento religioso que eu gostaria de ter. Posso afirmar com bastante segurança que na idade de ser crismada eu já era suficientemente articulada para decidir. E talvez, quem sabe, eu tivesse optado por não fazer.

Hoje, conversando com a mesma amiga da 3a.série, descobri para minha surpresa que ela também se sente deslocada nas missas. Digamos que isso aliviou um pouco a minha dúvida porque apesar de saber que ela mais tarde se dedicou a estudos alternativos, eu achava que mesmo assim, ela devia conhecer toda a ritualística.

De certa forma foi libertador descobrir isso. Libertador porque eu tinha nela um referencial criado na infância. E é bom saber o resultado que veio depois. Creio que mais uma vez, confirma-se em mim a quase certeza de que a fé é algo que pode ser perseguido individualmente, desde de que em conjunto, pratiquemos alguns conceitos básicos como amor ao próximo, por exemplo.

Um comentário:

Cacau! disse...

Primeira questão: você é católica ou se identifica com a religião? Acho que não, caso contrário vc conheceria todos os rituais e seus significados. Você sabe que acredito e tento seguir a doutrina espírita no limiar máximo que minha humanidade permite, mas não frequento nenhum centro. Uso a religião como forma de conhecimento e tento praticá-la da melhor forma que entendo, ou seja, no dia-a-dia, com o outro. É assim que vejo a religião: uma forma de levar às pessoas o que eu tenho de Deus em mim.
E peça e agradeça sem constrangimento, Deus não tem carnê pra vc manter em dia!!!!